Abstract:
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Este trabalho versa sobre as relações entre os gêneros e as gerações em famílias católicas de "camada média". O objetivo é verificar qual o princípio dominante nestas relações: a hierarquia ou a igualdade. No primeiro, os gêneros se definem como diferentes e complementares, sendo esta diferença calcada no sexo. Isto estabelece fronteiras rigidamente demarcadas e naturalizadas entre masculino e feminino. No segundo estas fronteiras se diluem e os gêneros se definem como iguais, sendo as diferenças pessoais. Assim, é a existência ou não de fronteiras entre os gêneros e os valores a isto relacionados que tomo como eixo para caracterizar os paradigmas "tradicional" e "moderno"de família. A partir daí, vejo como eles aparecem e são vivenciado, na relação entre casais que pertencem a uma associação católica ligada à pastoral da família e na relação com os filhos de ambos os sexos. Neste caso, a existência ou não de fronteira baseada na idade é mais um dado na definição dos paradigmas. Na relação dos casais, este eixo é verificado através dos valores que orientam a divisão sexual do trabalho, a definição das categorias esposa, marido e da relação entre eles. Na relação pais e filhos, a questão das fronteiras de gênero é examinada pelos valores que definem as categorias mãe, pai, filho, filha; as expectativas e preocupações dos pais com filhos e filhas, os mecanismos de controle e os valores atribuídos à relação entre eles. |