Abstract:
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Esta dissertacão é um estudo de caso de uma comunidade da Ilha de Santa Catarina, cujos habitantes viviam da lavoura e da pesca num passado recente, e que sofre forte impacto de urbanização transformando-se rapidamente em balneário. O trabalho de campo constou de entrevistas realizadas em duas etapas, com pessoas idosas da comunidade, que relataram suas histórias de vida. Foram entrevistadas também algumas pessoas que se mudaram para o centro urbano. Os antigos moradores da localidade foram caracterizados como camponeses e a pesquisa fundamentou-se teoricamente nas concepções de Chayanov para o estudo da dinâmica interna do campesinato, e de Kautsky, para a discussão da pesca como atividade econômica complementar. Deu-se ênfase à análise dos processos de trabalho tendo o trabalho feminino merecido uma descrição em separado. Para a compreensão do processo de transformação do campesinato, no confronto com o mundo urbano de lazer e com a pesca industrial, buscou-se Fundamentação teórica em Shanin, que defende a multilinearidade da transformação capitalista da agricultura. Chegou-se à conclusão que os habitantes da comunidade deixaram de ser camponeses, pressionados pelas duas frentes de expansão capitalista: a pesca industrial e a urbanização. A especulação imobiliária está levando ao abandono da atividade agrícola e à perda do acesso ao mar pelos pescadores. Assim, resta aos habitantes da comunidade pesquisada, viver como assalariados, muitos deles em condições de sub-emprego. |