O beijo amorfista e a patologia do organismo social: monogamia e família nuclear nos papéis do libertário Giovanni Rossi

Abstract

Fundada no final do século XIX no interior do estado do Paraná por imigrantes italianos anarquistas, a Colônia Cecília foi pensada para ser um laboratório social onde as idéias e teorias libertárias pudessem ser colocadas em prática e analisadas cientificamente, sobretudo, as idéias relativas ao amor livre e dissolução da família nuclear defendidas por Giovanni Rossi, idealizador e fundador do núcleo libertário. Crítico dos relacionamentos monogâmicos e da família nuclear, Giovanni Rossi propunha a experimentação de relacionamentos múltiplos e simultâneos, o que denominou de Beijo Amorfista. Para Giovanni Rossi, a poligamia e a poliandria representavam um direito natural, assim como o meio através do qual e família nuclear poderia ser extinta, esta, entendida por Rossi como a mais funesta instituição humana. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo compreender as representações do libertário italiano Giovanni Rossi acerca dos relacionamentos conjugais monogâmicos e da família nuclear no final do século XIX. Foram utilizadas como fontes, sobretudo, suas obras lançadas entre os anos de 1891 e 1895, assim como correspondências endereçadas a amigos e familiares e outros escritos publicados na imprensa libertária da época. Assim sendo, a partir dos papéis de Giovanni Rossi, o presente trabalho aborda as discussões entre anarquismo, família, conjugalidades e amor livre.

This study aims to understand the representations of italian Giovanni Rossi libertarian about relationships and marriage monogamous nuclear family in the late nineteenth century. Were used as sources, above all, his works released between the years 1891 and 1895, as well as letters addressed to friends and family and other writings published in newspapers of the time libertarian. Thus, form the papers of Giovanni Rossi, this paper discusses the discussions between anarchism, family, conjugalities and free love.