Abstract:
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Os Cistos Radiculares (CR) são os mais comuns dos cistos maxilares. A sua formação está associada à ativação e proliferação dos restos epiteliais de Malassez por estímulos inflamatórios, devido à proliferação bacteriana no interior do canal radicular de um dente com necrose pulpar. Quando o dente junto ao qual o cisto se desenvolveu é removido sem remoção da lesão, esse cisto passa a ser denominado de Cisto Residual (CRe). Devido à etiologia inflamatória a primeira linha de tratamento para o CR é o tratamento endodôntico. No entanto, nem sempre esse tratamento é suficiente e o cisto pode continuar a crescer necessitando de tratamento cirúrgico, o que ocorre na maioria dos casos de CRe Uma das formas de se avaliar o metabolismo celular é por meio da identificação das AgNORs, que são proteínas não-histônicas associadas a segmentos de DNA que transcrevem o RNA ribossômico. O objetivo deste trabalho foi avaliar o metabolismo do epitélio de revestimento de cistos radiculares e residuais, utilizando-se a técnica de quantificação das AgNORs, e verificar a influência da presença de inflamação sob o crescimento desses cistos. Para o estudo foram utilizadas 20 amostras de CR e 10 de CRe, provenientes dos arquivos do Laboratório de Patologia Bucal da UFSC. A análise quantitativa dos AgNORs foi feita através de imagens microscópicas digitalizadas em aumento de 1000x, utilizando o software “Contando células”. Não foi observada diferença estatística entre o número médio de AgNORs entre CR e CRe. No entanto, foi observado maior número médio de AgNORs nas áreas inflamadas em relação as não inflamadas, considerando ambas as lesões, com diferença estatisticamente significativa (p0,05). Concluímos que a inflamação interfere no metabolismo epitelial de CR e CRe, o que reflete uma interferência das citocinas inflamatórias na proliferação do epitélio, contribuindo para o crescimento do cisto, independentemente da presença do fator etiológico associado com a origem da lesão. |