Abstract:
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O trabalho ocupa um lugar cada vez mais central no âmbito da vida das pessoas, pelo seu caráter dual, configurando-se ora como fonte de prazer e realização, ora como fonte de sofrimento, frustração e adoecimento. Assim, os papéis assumidos no mundo do trabalho, pela influência nas condições e estilo de vida das pessoas, têm um papel formador e de influência no seu conceito de saúde. O objetivo desta tese foi compreender a relação existente entre as práticas de promoção da saúde desenvolvidas em uma empresa do estado do Paraná, e as concepções de saúde de seus trabalhadores, a partir da percepção dos trabalhadores e gestores de saúde da empresa. Buscou-se identificar as práticas de saúde nesta empresa, identificar as concepções norteadoras das práticas de promoção da saúde no trabalho contidas nos seus documentos e as concepções de saúde de trabalhadores e gestores, buscando através de uma reflexão crítica, a compreensão da relação entre concepções e práticas de saúde. O estudo foi de abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso sendo utilizadas na coleta dos dados, as técnicas de análise documental, entrevista semi-estruturada e observação. O estudo mostrou que a visão de saúde dos trabalhadores e gestores, encontra nas práticas desenvolvidas, um foco de contradições por expor as limitações de um modelo de atenção à saúde baseado na normatividade, sem a necessária articulação dialógica entre os saberes de gestores e trabalhadores. As grandes linhas de pensamento (o positivismo, a fenomenologia e o materialismo histórico) coexistem nas concepções de saúde dos sujeitos do estudo, sendo que as ações que traduzem essas concepções se encontram influenciadas pela perspectivas funcionalistas e utilitárias, tributárias do conceito biomédico de saúde. Em meio ao embate de olhares e saberes, foi possível vislumbrar, porém, a perspectiva de novos paradigmas em direção a uma abordagem integradora e dialógica. |