Efeito do uso dos instrumentos de esvaziamento e de patência sobre a morfologia e dimensão do forame apical

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do uso dos instrumentos de esvaziamento e de patência sobre a morfologia e dimensão do forame apical de 30 dentes humanos unirradiculados, com canais únicos e curvaturas variadas (de 5 a 35 graus). As cavidades de acesso foram preparadas e os canais localizados e explorados com limas K #06, a qual foi movida passivamente pelo canal até que sua ponta atingisse o forame apical. O comprimento real do canal foi anotado e o comprimento de trabalho (CT) foi obtido subtraindo-se 1 mm desta medida. Em seguida, procedeu-se ao primeiro registro fotográfico do forame (F1) e o preparo dos terços cervical e médio com brocas Gates-Glidde 3, 2 e 1. O esvaziamento dos canais foi realizado com três instrumentos, iniciando com o que melhor se ajustou ao forame apical. Após o uso de cada um, novas fotografias do forame foram realizadas (F2, F3 e F4). O stop apical foi confeccionado no CT com mais três instrumentos de calibres superiores. Durante a modelagem, a patência do forame foi mantida com a lima K #10 (Grupo 1); Flexofile #15 (Grupo 2); e com o último instrumento empregado no esvaziamento do canal (#20 a 55 - Grupo 3). O preparo foi complementado de forma escalonada, com recuo programado de 1 mm, durante o qual foram empregados os instrumentos de memória e de patência. Durante o esvaziamento e modelagem, o canal foi irrigado com solução de hipoclorito de sódio 1%. Ao final do preparo, o forame foi novamente fotografado (F5). Os contornos do forame apical em cada uma das cinco fotografias foram delineados e as imagens sobrepostas a fim de verificar se houve ou não alteração morfológica e dimensional. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste de Krukal-Wallis, num nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que o esvaziamento do canal alterou a forma e a dimensão do forame em 96,6% dos casos. Durante a modelagem, a manutenção da patência promoveu alteração morfológica e dimensional do forame em 100% dos dentes do Grupo 1, em 88,8% dos do Grupo 2, e em 90% dos do Grupo 3, sem diferença significativa entre os grupos (p>0,05). Foi possível concluir que os instrumentos empregados no esvaziamento do canal e na manutenção da patência foraminal promoveram alterações na forma e dimensão do forame apical.