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O conhecimento sobre os aspectos relacionados à utilização dos antimicrobianos pode subsidiar a elaboração de políticas de utilização, bem como contribuir para a reorientação das estratégias utilizadas no controle desses agentes. Objetivo: Descrever quantitativamente o padrão de consumo de antimicrobianos no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, no período de 2000 a 2006. Método: A pesquisa adotou a metodologia ATC/DDD e seguiu o modelo de estudo descritivo, com coleta de dados retrospectiva no período de 2000 a 2006, sendo os resultados expressos em DDD/100 leitos/dia. Os dados de consumo dos antimicrobianos foram obtidos a partir dos registros de dispensação desses medicamentos, disponibilizados pelo Serviço de Farmácia. Os dados referentes à ocupação hospitalar, foram obtidos por meio do Serviço de Prontuário do Paciente. Os valores correspondentes a DDD (dose diária definida) de cada fármaco foram obtidos por meio do Índice ATC/DDD, versão 2007. A análise das tendências de variação no consumo dos antimicrobianos foi realizada por regressão linear simples, e os valores de P <0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: Os resultados mostraram um aumento de 50% no consumo global dos antimicrobianos, passando de 64,3 DDD/100 leitos/dia, em 2000, para 96,8 DDD/100 leitos/dia, em 2006, correspondendo a uma média de 70,58 DDD/100 leitos/dia no período. Os antimicrobianos mais consumidos corresponderam à classe das penicilinas (30,8%), seguidas por cefalosporinas (25,5%) e quinolonas (11,3%). Estes grupos foram responsáveis por 67% do consumo dos antimicrobianos. As demais classes de antimicrobianos utilizadas foram sulfonamidas e antissépticos urinários (6,9%), antifúngicos (5,8%), nitroimidazólicos (4,9%), aminoglicosídeos (4,1%), lincosamidas (4,1%), glicopeptídeos (2,3%), carbapenêmicos (2,2%), macrolídeos (1,1%), tetraciclinas (0,4%), antivirais (0,3%), anfenicóis (0,1%), polimixinas (0,002%) e monobactâmicos (0,001%). O fármaco mais consumido no período de estudo foi a ceftriaxona (6,25 DDD/100 leitos/dia), seguido por ampicilina + sulbactam (5,04 DDD/100 leitos/dia), benzilpenicilina potássica (4,14 DDD/100 leitos/dia), cefazolina (3,78 DDD/100 leitos/dia) e metronidazol de uso parenteral (3,20 DDD/100 leitos/dia). A análise por regressão linear simples mostrou um grupo de 12 fármacos com tendência a aumento no uso e um outro grupo de 12 agentes com tendência à redução de consumo. Conclusões: O consumo de antimicrobianos apresentou oscilações importantes e aumentou expressivamente no período estudado. Diante da importância do uso racional desses agentes, há necessidade de uma reorientação das estratégias adotadas para o controle desses medicamentos, bem como da realização de estudos complementares que possam orientar a implementação de ações voltadas ao monitoramento contínuo dos antimicrobianos no hospital. |
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