Abstract:
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O propósito deste estudo é analisar a formação da colônia Porto Novo no Oeste Catarinense, especialmente seu caráter utópico. Planejada para ser étnica e religiosamente homogênea, a formação desta colônia foi mais uma das iniciativas dos Jesuítas alemães que se haviam instalado no Rio Grande do Sul a partir da segunda metade do século XIX. Inspirados no catolicismo europeu, especialmente germânico, mais voltado para as questões sociais e políticas, os Inacianos passaram a desenvolver junto aos imigrantes alemães e seus descendentes algumas das atividades que conheceram na Alemanha. Uma delas é a fundação em 1912 da Sociedade União Popular para católicos de língua alemã, uma associação civil de leigos ramificada por toda região de colonização alemã do Rio Grande do Sul e mais tarde também do oeste catarinense. Os objetivos mais amplos dos Jesuítas eram unir os católicos para a solução de seus problemas e, com isso, fortalecer sua religiosidade católica. Com este espírito planejaram formar a colônia Porto Novo: um lugar quase idílico, afastada dos perigos que atacam a religiosidade dos fiéis, talvez tendo ainda na memória as antigas reduções jesuíticas dos Sete Povos das Missões. O objetivo maior da formação da colônia era, portanto, formar uma comunidade homogênea onde os colonos pudessem progredir economicamente e manter suas características étnicas e sua religiosidade católica |