Abstract:
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Nesta dissertação, discuto um aspecto que considero importante da obra de E. T. A. Hoffmann (1776-1822), a partir da leitura e análise do conto "O Pote de Ouro". O estudante Anselmo, herói desse "conto de fadas dos dias atuais", cumpre um ritual de iniciação, passando por uma "transformação ontológica", que é seu primeiro contato com o mundo maravilhoso. Ao longo de 12 vigílias, Anselmo distancia-se, gradualmente, da dimensão terrena da vida e ascende ao reino da Atlântida. Personagens de outros contos hoffmannianos, como o jovem artista Kreisler, o anacoreta Serapião e o famoso compositor Ritter Gluck, também perseguem a utopia da Atlântida, que é o final da jornada de todos eles. Será uma referência à criação estética, à alienação ou à loucura? Comparando os estágios da aventura de Anselmo com as experiências desses protagonistas de outros contos, tento circunscrever o possível sentido simbólico da Atlântida. Meu propósito é compreender o significado dessa procura na literatura de Hoffmann. |