Abstract:
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Asfalto Selvagem I e II - Engraçadinha seus amores e seus pecados foi escrito por Nelson Rodrigues, originalmente, sob a forma de folhetim, diariamente publicado no jornal Ultima Hora (1959-60), e seguindo o caminho de seus folhetins anteriores recebeu uma impressão posterior (1961) em forma de livro, "transformando-se" em romance. Em 1995, novamente, Asfalto Selvagem... migra para outro veículo da indústria cultural indo parar num seriado de televisão. Este trabalho propõe retraçar as pontes entre o folhetim como forma de literatura industrializada e a televisão como veículo da indústria cultural e como bem simbólico (na cultura brasileira), a fim de localizar Asfalto Selvagem: Engraçadinha seus amores e seus pecados em sua passagem do jornal à televisão em alguns aspectos implicados nesse processo. Em primeiro lugar, na obra de Nelson Rodrigues, Engraçadinha destaca-se em sua travessia social de gêneros e como romance-folhetim. Em segundo lugar, há uma re-montagem histórica da teledramaturgia como pano de fundo propiciador de uma exposição do folhetim de Nelson Rodrigues. Em terceiro lugar, a passagem, propriamente dita, do folhetim à imagem, se por um lado reforça o caráter conservador da TV, por outro, atualiza a transgressividade erótica presente no texto rodrigueano, já como uma adaptação ao século XX do folhetim do século XIX. |