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Abstract:
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O presente trabalho visa compreender de que maneira a conjuntura internacional, somada à
crise econômica e política brasileira entre 2011 e 2016, contribuiu para a unificação das frações
da burguesia em torno da agenda neoliberal e para a retomada do protagonismo do capital
financeiro, culminando no impeachment de Dilma Rousseff. Parte-se da hipótese de que o
impeachment resultou da retomada do protagonismo do capital financeiro e do consenso das
frações burguesas diante da crise de acumulação, com o objetivo de restaurar a valorização do
capital por meio da intensificação da exploração da força de trabalho. O método consiste em
uma análise histórica e estrutural que relaciona o cenário internacional com fatores internos. O
marco teórico discute o uso do conceito de bloco no poder, de Poulantzas, e soma com o
trabalho de Florestan Fernandes acerca da formação da burguesia brasileira para compreender
as frações da burguesia no Brasil. A análise histórica rastreia a emergência e a consolidação da
hegemonia do capital financeiro no cenário mundial e nacional e examina as dinâmicas
políticas, econômicas e sociais que marcaram os governos petistas. Como resultado, confirmase que a crise levou ao consenso da burguesia em torno da agenda neoliberal, reafirma a
hegemonia do capital financeiro e pavimenta o caminho para o impeachment de Dilma. |