|
Abstract:
|
A monografia tem como contexto a análise da financeirização como fase sintomática da crise de
lucratividade e do declínio hegemônico norte-americano, baseada na teoria dos Ciclos Sistêmicos
de Acumulação (CSAs) de Giovanni Arrighi. Os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs)
atuam como instrumentos de governança, gerenciando crises e reciclando o capital excedente. A
pergunta da pesquisa busca definir em que medida as estruturas institucionais e políticas de
empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Novo Banco de
Desenvolvimento (NDB) definem o papel desses bancos como instrumentos de governança
financeira na fase atual de expansão financeira sistêmica. O objetivo principal é analisar
comparativamente o papel do BID e do NDB, formados em fases distintas do ciclo sistêmico, na
perpetuação da lógica financeira para países periféricos. A hipótese central argumenta que, mesmo
com divergências na sua formação, ambos os bancos seguem o molde tradicional dos BMDs,
alinhados à lógica de acumulação de capital. O BID segue o Consenso de Washington e aos EUA,
perpetuando o uso da dívida e atuando como mecanismo de controle hegemônico, enquanto o NDB
é a resposta do BRICS à crise de legitimidade, impulsionando a multipolarização ao rejeitar
condicionalidades. A metodologia emprega os CSAs em uma abordagem comparativa com pesquisa
bibliográfica e documental. Os resultados indicam que, apesar das divergências e da postura do
NDB como veículo da multipolarização, ambas as instituições intensificam a financeirização e o
risco sistêmico ao priorizar os imperativos bancários sobre o desenvolvimento. A estrutura do TCC
está organizada em cinco capítulos: o Cap. 2 aborda os CSAs e regimes monetários; o Cap. 3, o
sistema de crédito e a emergência dos BMDs; o Cap. 4 realiza a análise comparativa de BID e
NDB; e o Cap. 5 apresenta a conclusão |