Influência dos Fatores de Risco Familiares nas Alterações de Comportamento em Crianças de 0 a 5 Anos

Abstract

Introdução: O comportamento infantil é constantemente moldado pelo ambiente no qual a criança está inserida à medida que ela reproduz os estímulos recebidos e aprende maneiras sobre como reagir a cada situação vivenciada. A presença de fatores de risco familiares pode afetar de forma negativa os diferentes domínios da vida da criança, dentre eles, o comportamento. Objetivo: Investigar a influência dos fatores de risco familiares nas alterações de comportamento em crianças de Araranguá (SC) e Balneário Arroio do Silva (SC). Métodos: Trata-se de um estudo transversal observacional realizado com crianças de 0 a 5 anos. Foram utilizados quatro questionários pertencentes à versão brasileira do “Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC-BR)”: “Lista de Sintomas Pediátricos (PPSC)”, “Lista de Sintomas do Bebê (BPSC)”, “Preocupações dos Pais” e “Perguntas sobre a Família” e também a Classificação Socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Para verificar a associação entre as variáveis foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, com nível de significância igual ou inferior a 5%. O processamento e a análise dos dados foram realizados por meio do programa Epi Info™, Versão 7.0. Resultados: Foram avaliadas 727 crianças com idade média de 41,08 meses. Os fatores de risco depressão parental (p=0,03), insegurança alimentar (p=0,01) e a preocupação dos pais (p=0,00) foram preditores para suspeitas de alterações de comportamento. Além disso, violência doméstica (p=0,00) e baixa renda (p=0,02) obtiveram associação nas alterações do comportamento infantil, porém o “abuso de substâncias ilícitas” (p=0,07) não apresentou associação. Conclusão: Estes achados podem servir de suporte para gestores na promoção de projetos voltados as alterações de comportamento infantil e ainda para profissionais da saúde e educação no direcionamento de seus atendimentos, proporcionando uma percepção mais global do seu paciente.

Introduction: Children's behavior is constantly shaped by the environment in which they live, as they reproduce the stimuli they receive and learn how to react to each situation. The presence of family risk factors can negatively affect different areas of a child's life, including behavior. Objective: To investigate the influence of family risk factors on behavioral changes in children from Araranguá (SC) and Balneário Arroio do Silva (SC). Methods: This is a cross-sectional observational study of children aged 0 to 5 years. Four questionnaires belonging to the Brazilian version of the “Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC-BR)” were used: “Pediatric Symptom List (PPSC)”, “Baby Symptom List (BPSC)”, “Parental Concerns” and “Questions about the Family”, as well as the Socioeconomic Classification of the Brazilian Association of Research Companies (ABEP). Pearson's chi-square and Fisher's exact tests were used to verify the association between the variables, with a significance level of 5% or less. The data was processed and analyzed using the Epi Info™ program, Version 7.0. Results: A total of 727 children were assessed, with an average age of 41.08 months. The risk factors parental depression (p=0,03), food insecurity (p=0,01) and parental concern (p=0,00) were predictors of suspected behavioral changes. In addition, domestic violence (p=0,00) and low income (p=0,02) were associated with changes in child behavior, while “abuse of illicit substances” (p=0,07) was not. Conclusion: These findings can serve as support for managers in promoting projects aimed at children's behavioral changes and also for health and education professionals in directing their care, providing a more global perception of their patient.