Abstract:
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O presente trabalho busca analisar os fatores econômicos que impediram a adoção
de uma moeda de transição no Plano Cruzado, à luz das estratégias implementadas
no Plano Real. Para isso, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com ênfase
em revisão bibliográfica e análise documental, concentrando-se nos contextos
econômicos e institucionais sobre as décadas de 1980 e 1990. O estudo parte das
divergências teóricas a respeito das origens e características da inflação brasileira, e
suas consequências para as diferentes proposições de políticas de enfrentamento do
processo inflacionário no país. O trabalho pretende discutir as consequências da
ausência de uma unidade de conta estável no Plano Cruzado, o que resultou na rápida
deterioração da credibilidade do plano e no retorno da inflação. Em contrapartida, o
Plano Real incorporou aprendizados institucionais e teóricos acumulados ao longo da
década anterior, utilizando a Unidade Real de Valor (URV) como âncora nominal para
permitir o realinhamento gradual das expectativas inflacionárias, sem choques
abruptos. A pesquisa conclui que o sucesso do Plano Real esteve diretamente ligado
à adoção de uma moeda de transição e à sua articulação com políticas fiscais e
monetárias adequadas. O estudo contribui para o entendimento das políticas de
estabilização econômica no Brasil e destaca a importância de fundamentos
institucionais e diagnósticos bem elaborados em contextos de crise inflacionária. |