Durante o século XIX, a região de Jundiaí, se desenvolveu a partir da produção de café e cana de
açúcar, dois dos produtos mais exportados pelo Brasil na época, com o emprego de mão de obra
escravizada nas monoculturas. Movimentos de resistência começaram a surgir no interior paulista,
replicando a tendência nacional, e uma das formas de ir contra o sistema escravista eram os
quilombos. A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo reconhece 36 comunidades
remanescentes de quilombos, das quais apenas seis foram tituladas em terras públicas estaduais. Esta
grande reportagem em vídeo resgata a existência do Quilombo de Rocinha, uma história pouco
reconhecida por moradores da cidade, mas que deu origem ao município de Vinhedo, atualmente parte
da região metropolitana de Campinas. Ao longo do último século, com a migração italiana para a
região, o Quilombo perdeu espaço na história da cidade. A gastronomia e cultura italiana ganharam
protagonismo em um processo gradual de apagamento das tradições quilombolas da cidade.
Atualmente, 30% da população da cidade se identifica como negra ou parda (IBGE, 2022). Ainda
assim, a cultura negra vinhedense, como o Samba Rural, além de construções que remontam ao
período, resistem através de tradições passadas de geração em geração. O trabalho é construído a partir
de conversas e entrevistas com integrantes do movimento negro vinhedense, que resistem às tentativas
de apagamento, e na reconstituição dos fatos com base nos textos de autores que estudam a história da
cidade.
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TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Jornalismo.