Efeito da suplementação dietética de quitina na engorda do camarão-branco-do-pacífico, Penaeus vannamei

Abstract

O presente estudo avaliou o efeito da quitina obtida a partir do resíduo de processamento de camarões na dieta do camarão-branco-do-pacífico. Desse modo, foram realizados dois trabalhos: o primeiro comparou diferentes métodos de extração da quitina e o segundo avaliou o efeito desta quitina como aditivo na dieta de P. vannamei quanto ao desempenho zootécnico, imunológico, microbiológico e resistência ao choque térmico. As vias de extração foram comparadas quanto a porcentagem de desproteinização (DP), desmineralização (DM), recuperação de quitina (CR) e composição dos produtos. Considerando esses aspectos, a extração biológica (fermentação) foi selecionada para a extração de toda a quitina usada como aditivo alimentar no experimento in vivo. A quitina extraída pelo método biológico apresentou DP (84,01%), DM (88,75%) e CR (21,70%), esses valores foram inferiores ao do método químico com exceção de CR que foi superior. O grau de acetilação (GA) de todos os produtos foi inferior aos valores comerciais devido a elevada impureza dos produtos e a quitina extraída pelo método biológico destacou-se pelo elevado teor de proteína (44,26%), minerais (11,87%) e fibras (53,62%), enquanto o método apenas desmineralizado apresentou alto teor de proteína (52,80%) e fibras (49,46%) e baixo teor de minerais (0,96%). Ambos apresentaram composições promissoras como prebióticos em dieta animal. Para o experimento in vivo, foram testadas cinco dietas experimentais: controle (sem quitina), 1%, 2%, 3% e 4% de quitina por um período de oito semanas. A adição de quitina nas concentrações testadas não influenciou o desempenho microbiológico nem imunológico dos camarões. A adição de 4% de quitina na dieta resultou em um FCA menor do que o controle, mas similar aos outros tratamentos, não havendo diferença para ganho de peso nem sobrevivência e a adição de 3% de quitina resultou em uma sobrevivência superior ao controle no desafio de choque térmico.

Abstract: This study evaluated the effect of chitin obtained from shrimp processing residue on the diet of Pacific white shrimp. Thus, two studies were carried out: the first compared different methods of chitin extraction and the second evaluated the effect of this chitin as an additive in the diet of Penaeus vannamei regarding zootechnical, immunological, microbiological performance and resistance to thermal shock. The extraction routes were compared regarding the percentage of deproteinization (DP), demineralization (DM), chitin recovery (CR) and composition of the products. Considering these aspects, the biological extraction (fermentation) was selected for the extraction of all chitin used as a feed additive in the in vivo experiment. The chitin extracted by the biological method presented DP (84.01%), DM (88.75%) and CR (21.70%), these values were lower than those of the chemical method except for CR which was higher. The degree of acetylation (GA) of all products was lower than commercial values due to the high impurity of the products and the chitin extracted by the biological method stood out for its high protein (44.26%), mineral (11.87%) and fiber (53.62%) content, while the demineralized method presented high protein (52.80%) and fibers (49.46%) content and low mineral content (0.96%). Both presented promising compositions as prebiotics in animal diet. For the in vivo experiment, five experimental diets were tested: control (without chitin), 1%, 2%, 3% and 4% chitin for a period of eight weeks. The addition of chitin at the tested concentrations did not influence the microbiological or immunological performance of the shrimp. The addition of 4% chitin to the diet resulted in a lower FCR than the control, but similar to the other treatments, with no difference in weight gain or survival, and the addition of 3% chitin resulted in a higher survival than control in the thermal shock challenge.