Medicar para controlar? Um estudo sobre o processo de medicalização e apagamento da criança.

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Medicar para controlar? Um estudo sobre o processo de medicalização e apagamento da criança.

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Title: Medicar para controlar? Um estudo sobre o processo de medicalização e apagamento da criança.
Author: Ribeiro, Irraela Vitória Honorato
Abstract: Este estudo tem como objetivo compreender o processo de medicalização e a consequente prescrição de psicotrópicos para crianças, cujo foco recai sobre a qualificação do desempenho acadêmico e o controle comportamental. Para aprofundar essa análise, apresenta-se a história de Thiago, uma criança que, atualmente com sete anos, iniciou o processo de investigação diagnóstica quando tinha apenas um ano e meio de idade. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, baseada em entrevistas semiestruturadas com a mãe, com a psicóloga, e em relatos da própria criança ao longo das sessões terapêuticas. Busca-se compreender os fatores que levaram à medicalização da sua vida e de que maneira esse processo tem marcado sua infância. Além disso, analisa-se o percurso de encaminhamentos até a prescrição e o uso de psicotrópicos, bem como as motivações subjacentes a essas decisões. O presente trabalho fundamenta-se na obra de Whitaker (2017), intitulada “Anatomia de uma epidemia: pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento assombroso da doença mental”, utilizada como referência para refletir sobre a origem da psicofarmacologia e seus efeitos na vida das pessoas. A partir dessa obra, são levantadas questões cruciais não apenas sobre os impactos dos medicamentos na infância, mas também sobre as implicações sociais, midiáticas, culturais e econômicas dessa prática. A pesquisa evidencia que a medicalização da infância reforça um modelo que padroniza comportamentos, desconsidera singularidades e demanda uma reflexão crítica sobre as políticas educacionais e os processos de ensino-aprendizagem. Esse processo de medicalização da infância é um fenômeno que tem se tornado cada vez mais presente no ambiente escolar e social. O estudo investiga como o uso de psicofármacos tem sido aplicado a crianças pequenas, muitas vezes como uma resposta a desafios educacionais e comportamentais, em vez de abordagens pedagógicas mais inclusivas e adaptadas. Além disso, aborda o impacto e a construção de processos patologizantes, que afetam diretamente o desenvolvimento das crianças e a forma como a sociedade compreende o aprendizado e o comportamento infantil. Esse fenômeno tem uma relação direta com a medicalização, pois, ao classificar características individuais, como problemas de saúde, abre-se espaço para a prescrição de psicofármacos, muitas vezes como única forma de controle ou de tratamento. A pesquisa contribui para o debate a respeito da necessidade de alternativas pedagógicas, sociais e psicológicas que respeitem as individualidades das crianças sem recorrer automaticamente ao medicamento e/ou psicotrópicos e nem reduzir a criança ao diagnóstico.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Pedagogia.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/264331
Date: 2025-02-26


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