Qualificação profissional para o desenvolvimento de competências em gestão para farmacêuticos: um estudo avaliativo do curso de gestão da assistência farmacêutica GAF-EaD

Abstract

A liderança é essencial para farmacêuticos, especialmente no SUS, exigindo competências gerenciais para enfrentar desafios na saúde pública. A educação permanente, inclusive via EaD, promove essa formação. A lacuna em competências gerenciais impacta a eficiência dos serviços, sendo crucial desenvolver programas que integrem aprendizado contínuo e adaptem-se às necessidades locais. Objetivouse avaliar a efetividade de métodos educacionais integrados, incluindo o uso de EaD, para o desenvolvimento de competências gerenciais em farmacêuticos, e estabelecer um quadro validado de competências que oriente formação de gestores em sistemas de saúde. Foi adotada uma abordagem metodológica mista, utilizando análise quantitativa (questionários em escala Likert) e qualitativa (grupos focais e entrevistas semiestruturadas). O estudo focou no Curso de Gestão da Assistência Farmacêutica (GAF-EaD), destinado a farmacêuticos da rede pública. Os resultados indicaram que o curso contribuiu significativamente para a aquisição de competências gerenciais, com destaque para a autonomia, liderança e comunicação. As atividades práticas, especialmente o Plano Operativo, foram fundamentais para aplicar os conceitos teóricos à realidade dos serviços de saúde, promovendo mudanças positivas na gestão farmacêutica. As análises qualitativas revelaram que os participantes perceberam melhorias na capacidade de negociação, liderança e na implementação de ações integradas com outros profissionais de saúde. Além disso, houve um aumento na visibilidade e autonomia do setor farmacêutico dentro das unidades de saúde. A infraestrutura e o método de ensino do curso foram bem avaliados, embora tenham sido identificados desafios relacionados à carga de trabalho e ao acesso à internet. O quadro de competências gerenciais desenvolvido e validado mostrou-se adequado para orientar a formação de gestores farmacêuticos, atendendo às demandas do SUS e promovendo melhorias significativas na gestão de serviços de saúde. A pesquisa conclui que o modelo educacional misto, combinando EaD com encontros presenciais e atividades práticas, é eficaz para desenvolver competências gerenciais em farmacêuticos, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de saúde. As implicações deste estudo sugerem a necessidade de investimentos contínuos em educação permanente, adaptados às realidades locais e às necessidades específicas dos profissionais de saúde, visando fortalecer a gestão da assistência farmacêutica no sistema público de saúde.

Abstract: Leadership is essential for pharmacists, especially within the Brazilian Unified Health System (SUS), requiring management skills to address public health challenges. Continuous education, including via distance learning (e-learing), fosters this development. The gap in management competencies affects service efficiency, making it crucial to develop programs that integrate ongoing learning and adapt to local needs. This study aimed to evaluate the effectiveness of integrated educational methods, including the use of distance learning, in developing managerial competencies among pharmacists, and to establish a validated competency framework to guide the training of managers in health systems. A mixed-method approach was adopted, utilizing quantitative analysis (Likert scale questionnaires) and qualitative analysis (focus groups and semi-structured interviews). The study focused on the Pharmaceutical Service and Access to Medicine Management Course (PSAM Course), aimed at public network pharmacists. Results indicated that the course significantly contributed to the acquisition of managerial skills, with a focus on autonomy, leadership, and communication. Practical activities, particularly the Operative Plan, were essential for applying theoretical concepts to the reality of health services, promoting positive changes in pharmaceutical management. Qualitative analyses revealed that participants experienced improvements in negotiation skills, leadership, and the implementation of integrated actions with other health professionals. Additionally, there was an increase in the visibility and autonomy of the pharmaceutical sector within health units. The course infrastructure and teaching method were well-rated, although challenges related to workload and internet access were identified. The developed and validated management competency framework proved adequate to guide the training of pharmaceutical managers, meeting SUS demands and promoting significant improvements in health service management. The study concludes that the mixed educational model, combining distance learning with in-person meetings and practical activities, is effective in developing managerial competencies among pharmacists, contributing to the continuous improvement of health services. The implications of this study suggest the need for continuous investment in permanent education, tailored to local realities and the specific needs of health professionals, with the aim of strengthening the management of pharmaceutical services in the public health system.