Fatores associados à presença de desconforto do assoalho pélvico em mulheres universitárias

Abstract

Introdução: As disfunções do assoalho pélvico (DAPs) são um problema de saúde pública e geram gastos crescentes na área da saúde. As DAPs costumam associarem-se com avanço da idade, paridade e obesidade, mas poucos estudos buscam compreender esses sintomas na população de mulheres jovens. Objetivos: Determinar a prevalência de DAPs entre mulheres universitárias e identificar quais fatores estão relacionados com esses sintomas. Método: Este estudo observacional foi conduzido com mulheres adultas universitárias regularmente matriculadas na Universidade Federal de Santa Catarina - Campus Araranguá. Foram utilizados instrumentos para determinar os critérios de elegibilidade e caracterização da amostra. Para avaliar a presença de desconfortos do assoalho pélvico, foi utilizado o questionário Pelvic Floor Disability Index (PFDI-20), que avalia o desconforto dos sintomas no assoalho pélvico por meio de 20 perguntas divididas em 3 subescalas, que avaliam os sintomas pélvicos, anorretais e urinários. As coletas foram realizadas por meio de um formulário on- line no Google Forms, que foi divulgado através das redes sociais Instagram e Whatsapp. Foi realizada estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. Resultados: Participaram do estudo 150 mulheres universitárias e a prevalência de DAPs foi 93,3% (n = 140). Observou-se que, dentre as 46 mulheres com ansiedade, 100% também apresentaram sintomas de DAP (X²= 4,739; p=0,029). Conclusão: O estudo destaca uma alta prevalência de DAP e importante associação entre ansiedade e disfunção do assoalho pélvico em mulheres jovens, sugerindo a necessidade de mais pesquisas e intervenções que abordem tanto a saúde mental quanto a saúde física dessa população.

Introduction: Pelvic floor dysfunctions (PFDs) represent a significant public health issue, with increasing costs in healthcare. These conditions are often associated with factors such as aging, parity (number of children), and obesity. However, limited studies have investigated these symptoms among younger women, particularly university students. Objectives: To determine the prevalence of PFDs among university women and to identify factors related to these symptoms. Method: This observational study was conducted with adult female students enrolled at the Federal University of Santa Catarina, Araranguá campus. Tools were used to assess eligibility and characterize the sample. To evaluate pelvic floor discomfort, the Pelvic Floor Disability Index (PFDI) questionnaire was used, which assesses pelvic, anorectal, and urinary symptoms through 20 questions divided into three subscales. Data were collected via an online form on Google Forms, shared through Instagram and WhatsApp. Descriptive and inferential statistics were applied, with a significance level of 5%. Results: A total of 150 university women participated in the study and the prevalence of PFDs was 93,3% (n = 140). Among the 46 women with anxiety, 100% also reported symptoms of PFD (X² = 4.739; p = 0.029). Conclusion: The study highlights a high prevalence of pelvic floor dysfunction (PFD) and a significant association between anxiety and PFD in young women, suggesting the need for further research and interventions that address both the mental and physical health of this population.