Abstract:
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A composição e estrutura das comunidades biológicas são moldadas por eventos ambientais e interações ecológicas ao longo do espaço e tempo. Entre esses eventos, os distúrbios desempenham papel crucial na manutenção da dinâmica dos processos ecossistêmicos e na definição dos padrões de biodiversidade. Ecossistemas campestres têm uma história evolutiva intimamente ligada a distúrbios como fogo e herbivoria, selecionando espécies capazes de responder rapidamente a esses filtros ambientais. Os campos subtropicais de altitude em Santa Catarina exemplificam essa dinâmica, onde o fogo e a herbivoria de animais de grande porte influenciam significativamente na manutenção dos mosaicos campo-floresta, promovendo a heterogeneidade de habitats para flora, funga e fauna, enquanto controlam o crescimento de espécies lenhosas arbustivas. A pesquisa dos atributos funcionais da vegetação emerge como ferramenta vital para compreender a dinâmica dos ecossistemas campestres, visando a implementação de planos de manejo seguros e efetivos que promovam a preservação da biodiversidade filogenética e funcional. O estudo visa analisar como a influência do histórico de distúrbios por fogo afeta a diversidade funcional das espécies predominantes nos campos de altitude do PNSJ. A área de estudo compreende os blocos amostrais do PELD-BISC no PNSJ, onde as espécies mais dominantes (cobertura ≥ 20%) nos quadrados amostrais foram amostradas para medição e análise dos atributos funcionais. Nossos resultados indicam que as espécies predominantes nos campos subtropicais de altitude do PNSJ são influenciadas pelo distúrbio de fogo. A altura das comunidades variou, sendo menor em blocos com queima mais recente. Espécies herbáceas responderam rapidamente aos distúrbios recentes, enquanto áreas com intervalos mais longos apresentaram a ocorrência de espécies lenhosas. A relação inversa entre SLA e LDMC sugere estratégias distintas de conservação de recursos. Contrariamente à expectativa, áreas com maior tempo sem fogo exibiram maior SLA. A divergência funcional foi positiva com a frequência do fogo, indicando maior variação nas características funcionais. O tempo prolongado sem fogo promoveu divergência e redução na uniformidade funcional, revelando respostas complexas das comunidades aos distúrbios. Os estudos futuros irão considerar espécies adicionais e variáveis ambientais para uma compreensão mais abrangente. |