Abstract:
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As espécies do gênero Acremonium são fungos ambientais dispostos em diversos ambientes. São fungos filamentoses hialinos, que podem causar infecções no ser humano como ceratites, eumicetomas, pneumonias, abscessos pulmonares e abscessos cerebrais. Geralmente, as espécies de Acremonium acometem pessoas que estão com o sistema imunológico comprometido. O diagnóstico e tratamento dessas infecções ainda não tem uma padronização estabelecida. Pode ser feito com a cultura em ágar e microscopia, micológico direto e tecnologias mais avançadas e sensíveis como o sequenciamento genético e MALDI-TOF. Além disso, as espécies do gênero Fusarium, por serem fungos filamentosos hialinos, podem ser facilmente confundidas com as do gênero Acremonium potencializando tratamentos errados e desfechos negativos. Nesse sentido, uma revisão de casos de infecções por Acremonium spp. foi realizada a partir de artigos com relatos de caso, a fim de se estabelecer uma melhor elucidação para as infecções geradas por esse fungo nos artigos selecionados. A busca foi realizada a partir de palavras chave com uma retrospectiva em torno de 10 anos. As bases de dados utilizadas foram PubMed, SciELO Brasil, Science Direct e Periócos da Capes. Dentre os resultados encontrados, foi possível observar a ocorrência de 11 casos na Ásia, sete casos na Europa, um caso na África, dois casos na América do Norte e dois casos na América do Sul. Foi possível encontrar casos de ceratite, eumicetoma, osteomielite, pneumonia, abcessos pulmonares e cerebrais, fungemia, dentre outros mais. Em alguns desses casos, ocorreu o aparecimento de resistência a tratamento com anfotericina B e infecção grave em paciente que não possuía imunocomprometimento. Foi possível observar também que, em certos casos, houve coinfecção com algumas bactérias como a Staphylococcus aureus e outros fungos como Stemphylium sp. e Histoplasma sp.. O diagnóstico, em sua maioria, foi feito com culturas e microscopia. Somente em três dos casos foi utilizado sequenciamento genético. As opções farmacoterapêuticas mais utilizadas foram anfotericina B, itraconazol e voriconazol. Quase todos os casos tiveram desfechos positivos, houve uma recorrência e dois casos que evoluíram para óbito. |