Abstract:
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Este trabalho analisa o comportamento da indústria fonográfica durante o regime
militar (1964-85) e de que maneira este segmento particular que integra a indústria
nacional deu sustentação ao regime autoritário pactuado entre as classes dirigentes
e forças armadas. A expansão do mercado fonográfico no Brasil na década de 50,
paralelo as grandes transformações das forças produtivas nos quadros do
subdesenvolvimento e declínio do populismo orientaram a produção musical, que foi
colocada a serviço do processo de acumulação e modernização dependente. A
música de raízes populares é o mais valioso patrimônio dos brasileiros, e os distintos
gêneros difundidos através dos discos e rádios foram progressivamente descolados
do imaginário coletivo pelos avanços tecnológicos na produção fonográfica e o
marketing. A invasão cultural e estrangeirização da música popular sustentaram a
ideia de um Brasil dominado culturalmente e dependente dos grandes centros, e os
modos de vida importado pelas elites produziu uma cultura da dependência. Para tal
pesquisa, foram buscadas fontes de dados e outros aspectos inerentes à
consolidação da indústria fonográfica no Brasil, com o intuito de embasar uma
pesquisa histórica e exploratório-qualitativa, com destaque para os trabalhos de
Eduardo Vicente (2014), Othon Jambeiro (1975), Marcia Dias Tosta (2000) e José
Roberto Zan (2001). Com os dados expostos, os resultados obtidos expõem forte
relação entre a consolidação do regime militar e a indústria fonográfica. |