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Este artigo objetiva discutir como as modificações ocasionadas pela crise
capitalista do início da década de 1970 agudizaram as expressões da questão social, levando
ao seu enfrentamento pela via da judicialização. Desta maneira, a regressão de direitos e
retração das iniciativas estatais de proteção social, se conjugaram às intervenções de
criminalização da pobreza, com a responsabilização individual e familiar. Utilizamos em
nossas análises as contribuições críticas de Harvey, acerca das mudanças culturais e políticoeconômicas e como o neoliberalismo se concretizou enquanto mecanismo de recuperação do
poder das elites econômicas e classes dirigentes. Quanto à judicialização da pobreza e os
desafios ao trabalho de assistentes sociais no judiciário, fundamentamo-nos em autoras como
Fávero, para problematizar os atravessamentos que a lógica de acumulação flexível e o
neoliberalismo impõem a estes espaços sócioocupacionais, bem como ao enfrentamento das
manifestações da questão social que deixam de ser atendidas na esfera da política pública. |
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