Abstract:
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Este estudo visa examinar as produções acadêmicas sobre a juventude no contexto da Educação de
Jovens e Adultos (EJA), apresentadas na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação (ANPED) no período de 2013 a 2023. A pesquisa tem como intuito entender o fenômeno da
juvenilização da EJA, analisando o que tem sido escrito a respeito desse fenômeno dentro dessa
modalidade de ensino. Os objetivos específicos desta pesquisa foram assim definidos: a) analisar o que
a comunidade acadêmica compreende por Juvenilização da EJA a partir das produções encontradas em
pesquisas acadêmicas na ANPED no período definido; b) Identificar o que os estudos dizem sobre e os
mecanismos que produzem esse fenômeno; c) abordar a juventude enquanto uma categoria
sociológica; d) Historicizar a trajetória da EJA, explorando sua evolução ao longo do tempo, as principais
mudanças em suas diretrizes e as influências que moldaram suas práticas pedagógicas. Para a
realização desta análise, foram utilizados procedimentos de levantamento de publicações, empregando
descritores como "juventude", "juvenil", "juvenilização", "jovem", "jovens", "adolescentes", "EJA" e
"Educação de Jovens e Adultos". Esta é uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, ancorada em Minayo
(2001) e Gil (2002) respectivamente, buscando dialogar com Arroyo (2005), Laffin (2008), Gomes (2011),
Passos (2012), Santos e Silva (2020), Gonçalves (2023) e Catelli (2024). Nos resultados encontramos no
GT 18 - Educação de Jovens e Adultos, no período de 2013 - 2023, um total de 140 trabalhos, para o
presente trabalho apenas nove produções abrangem a temática, evidenciando o descaso e a
invisibilidade da juventude dentro da modalidade. Entendeu-se a juvenilização como um fenômeno que
pode ser interpretado tanto como uma oportunidade quanto como um desafio, exigindo novas
estratégias pedagógicas e políticas públicas que reconheçam e valorizem as especificidades dos jovens
em situação de vulnerabilidade. Além disso, notamos a falta de discussões acerca das relações raciais,
incluindo a agência da branquitude e do racismo, bem como do capacitismo, que atuam como fatores
impulsionadores da exclusão e do abandono escolar da juventude no chamado ensino regular, assim
como nos estudos que avaliam a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Violências que produzem
desigualdades que afetam não apenas o desempenho acadêmico, mas também definem as
oportunidades futuras, a autoestima dos jovens, perpetuando ciclos de exclusão e discriminação. |