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Esta pesquisa tem o objetivo de contribuir com a compreensão das condições de trabalho dos trabalhadores da enfermagem durante a COVID-19. Para que fosse possível analisar as condições de trabalho, foi necessário primeiramente analisar as trabalhadoras da enfermagem (tratadas no feminino porque a categoria se apresenta 85% feminina) como profissionais que exercem o trabalho de cuidado em uma esfera remunerada, o que ajuda também a caracterizar a divisão sexual do trabalho e como esta opera a nível de Brasil, além das questões de gênero, a enfermagem também se apresenta como uma categoria majoritariamente negra (53%), o que reflete a divisão racial do trabalho e a desvalorização dessa profissão, já que quem compõe a categoria são pessoas que realizaram historicamente estes trabalhos de cuidado sem remuneração. Para coletar os dados que aqui foram utilizados foram feitas revisões bibliográficas sobre os conceitos de condições de trabalho na enfermagem no repositório institucional da UFSC, para que fosse possível entender o debate local sobre, ao mesmo tempo que foi realizada uma busca de aportes teóricos sobre o tema dentro da sociologia do trabalho, além disso foi feita uma pesquisa sobre a conceituação de trabalho de cuidados no debate nacional e dentro da UFSC, para que fosse possível averiguar o quanto a universidade tem contribuído no debate. O que pode se concluir é que a enfermagem já vinha sendo precarizada antes do processo da pandemia, mas a pandemia é um fator que aprofunda as questões vividas, já que o sistema de saúde teve mais demandas, o número de pessoas para lidar com essas demandas não aumentou, ao mesmo tempo que os equipamentos de proteção individual também faltavam, ou seja, o trabalho da enfermagem foi considerado como essencial, ao mesmo tempo que os profissionais foram postos como descartáveis. Além disso, a nível conceitual o Brasil ainda não tem uma clareza do que é o trabalho de cuidado dentro da enfermagem, por sua vez a UFSC concentra as pesquisas sobre enfermagem no centro de saúde e se mantém em bases filosóficas para abordar condições de trabalho e cuidado na enfermagem, não apresentando diálogos com a sociologia e nem contribuindo com profundidade para as temáticas. |
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