Efeitos da compressão isquêmica manual e da ventosaterapia em indivíduos com dor cervical

Abstract

Introdução: A dor é uma experiência individual que impacta significativamente a funcionalidade, o aspecto social e a economia globalmente. A dor cervical e as desordens associadas, como a síndrome da dor miofascial, são problemas de saúde pública importantes. A síndrome da dor miofascial é caracterizada pela presença de nódulos sensíveis, chamados Pontos Gatilho (PG), e a Compressão Isquêmica Manual é um tratamento eficaz para essa condição. Recentemente, a ventosaterapia, que utiliza copos com pressão negativa para gerar sucção na pele, tem sido amplamente utilizada, porém carece de estudos comparativos com terapias convencionais, de um registro padronizado dos parâmetros de aplicação, além de estudos com metodologias com baixo risco de viés. Objetivo: Comparar os efeitos dos protocolos de ventosaterapia e compressão isquêmica manual em PG ativos no trapézio descendente de mulheres com dor miofascial. Métodos: Trata-se de um estudo clínico aleatorizado, controlado e cego. Participaram mulheres entre 18 e 40 anos, divididas em dois grupos: Compressão Isquêmica Manual (CIM) e Ventosaterapia Seca (VS), com pressão de -300 mmHg, aplicada em PG ativos do trapézio descendente. Foram avaliadas as variáveis dor, limiar de dor à pressão, função, ansiedade e efeitos adversos, com um nível de significância de 5%. Ao final do estudo, 13 participantes completaram todas as etapas. Resultados: O grupo de CIM apresentou uma redução significativa na intensidade da dor, com uma média de 52% na Escala Numérica de Dor após 7 dias. A análise do Limiar de Dor à Pressão não mostrou mudanças significativas a curto prazo. No grupo VS, não foram observadas alterações significativas nas variáveis analisadas. Houve uma melhora significativa na função dos pacientes no grupo CIM após 7 dias, enquanto o grupo VS não apresentou resultados significantes. Efeitos adversos foram mais expressivos e temporários no grupo CIM, enquanto no grupo VS foram menores e mais duradouros. Conclusão: A CIM mostrou-se mais eficaz na redução da intensidade da dor e na melhoria da função a curto prazo em comparação com a VS em mulheres com cervicalgia.