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Abstract:
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Este trabalho tem como objeto de análise a luta de classes e a situação do sindicalismo no
Brasil na última década. Durante o período, observa-se a ofensiva do capital sobre direitos
historicamente conquistados pelos trabalhadores. No Brasil, a implementação da
contrarreforma trabalhista (lei nº 13.467/2017) aprofunda processos de deterioração das
relações de trabalho já em curso desde a década de 1990, além de impactar diretamente a
organização dos trabalhadores através de seus sindicatos. Apesar da queda da densidade
sindical, nos últimos anos houve intensa atividade grevista e aumento de entidades sindicais
no Brasil, e é essa uma das contradições que instiga o presente estudo. O objetivo deste estudo
é investigar se o sindicalismo brasileiro está passando por um período de crise. Para alcançar
esse objetivo, foram realizadas análises teóricas sobre a "crise do sindicalismo" no Brasil,
bem como a coleta e análise de indicadores que permitem compreender o atual estágio da luta
sindical no país. A pesquisa foi embasada em um levantamento bibliográfico das principais
discussões teóricas sobre o tema e na análise de indicadores relacionados à atuação dos
sindicatos no Brasil, com foco principalmente a partir de 2014. Da discussão teórica suscitada
em conjunto à análise dos indicadores, buscamos demonstrar que apesar de o sindicalismo
brasileiro experienciar um período de refluxo sob diferentes aspectos, o mesmo não
encontra-se necessariamente em crise, mas mantém-se enquanto instrumento fundamental de
luta da classe trabalhadora, permeado, pela sua própria natureza, pelas contradições inerentes
à sociedade capitalista. |
