Abstract:
|
A partir da ascensão do conservadorismo nas últimas décadas, as agendas ‘pró-vida’
e ‘pró-família’ se expandiram no contexto nacional, internacional e transnacional. Com isso, a
formação de alianças político-religiosas ganhou força mobilizando estratégias antiaborto para
inserção da temática no âmbito das políticas públicas. Desse modo, a problemática deste
trabalho reside na busca por entender como as redes conservadoras transnacionais atuam, a
partir da Declaração do Consenso de Genebra, para o enfraquecimento dos direitos
reprodutivos, com foco no contexto estadunidense. Trata-se de uma pesquisa exploratória,
alicerçada na teoria neogramsciana e na teoria política feminista, possibilitando analisar como
o controle da sexualidade e da reprodução das mulheres são mantidas e reforçadas. A hipótese
argumenta que o Consenso de Genebra é utilizado como uma plataforma estratégica no
fortalecimento de alianças político-religiosas, visando influenciar políticas públicas e
instituições internacionais para reverter avanços nos direitos reprodutivos enquanto promove
o ideal 'pró-vida' no âmbito multilateral. Apoiado nisso, percebeu-se que o Consenso de
Genebra é resultado de uma agenda estadunidense já consolidada, mas que busca o
alinhamento com outros países para transformar a defesa da família tradicional e da vida
desde a concepção em obrigações morais e estatais. |