Gagueira infantil: aspectos clínicos e a importância da sua identificação precoce na puericultura

DSpace Repository

A- A A+

Gagueira infantil: aspectos clínicos e a importância da sua identificação precoce na puericultura

Show full item record

Title: Gagueira infantil: aspectos clínicos e a importância da sua identificação precoce na puericultura
Author: Franco, Camila Souza
Abstract: Introdução: A gagueira é um distúrbio do neurodesenvolvimento, marcado por perturbações na fluência da fala e influenciado por fatores genéticos e neurofisiológicos. Afeta 0,7% da população mundial e 11,2% das crianças pré-escolares, com uma alta taxa de remissão espontânea (50% a 80%) em 6 a 12 meses. Apesar da alta remissão, a gagueira impacta significativamente o bem-estar psicológico, emocional e social das crianças. Dado o papel central dos pediatras e a importância da intervenção precoce, este estudo revisa os aspectos clínicos da gagueira e a sua abordagem adequada, incluindo orientação aos pais e encaminhamento adequado. Método: Este trabalho é uma revisão narrativa. Foram utilizadas as bases de dados PubMed e Scielo, além de protocolos e artigos de associações especializadas em gagueira e publicações da Sociedade Brasileira de Pediatria. Foram selecionados estudos relevantes, recentes e de revistas conceituadas. O estudo aborda a definição, etiologia, fatores de risco, critérios diagnósticos, diagnósticos diferenciais, abordagem pediátrica e estado da arte da gagueira, visando contribuir para uma prática clínica mais eficaz e compassiva. Desenvolvimento: A gagueira infantil é um transtorno do desenvolvimento da fluência da fala, caracterizado por interrupções no fluxo rítmico e velocidade normais da fala, como repetições, prolongamentos e bloqueios de sons e palavras. Geralmente se inicia antes dos 4 anos, sendo rara após os 6 anos, com uma maior persistência em meninos. É atualmente entendida como resultado de uma interação complexa entre fatores neurobiológicos, genéticos e ambientais, com aproximadamente 55% dos casos tendo histórico familiar. A persistência da gagueira é associada a fatores como idade, duração de sintomas e outros distúrbios associados. Diferenciar entre disfluências comuns da infância e gagueira envolve avaliar a tipologia e evolução das disfluências. O diagnóstico e intervenção precoce são cruciais para melhorar a fala, autoestima e qualidade de vida das crianças que gaguejam. Encaminhamentos a fonoaudiólogos são recomendados e orientações aos pais são fundamentais para criar um ambiente de apoio. A abordagem terapêutica varia conforme a idade e inclui estratégias para melhorar a comunicação, aceitação da gagueira e autoestima. Embora a compreensão da gagueira tenha aumentado nas últimas décadas, ainda há desafios na educação dos pediatras e no encaminhamento adequado das crianças para tratamento especializado. Conclusão: A gagueira é uma condição estigmatizada e pouco explorada na medicina, impactando significativamente crianças, o que ressalta a importância da identificação e manejo precoces. A escassez de estudos abrangentes e a falta de consenso científico são barreiras significativas. Estudos sistemáticos e ensaios clínicos são necessários para promover melhores resultados e reduzir o estigma social.Introduction: Stuttering is a neurodevelopmental disorder characterized by disruptions in speech fluency, influenced by genetic and neurophysiological factors. It affects 0.7% of the global population and 11.2% of preschool children, with a high rate of spontaneous remission (50% to 80%) within 6 to 12 months. Despite this high remission rate, stuttering significantly impacts the psychological, emotional, and social well-being of children. Given the central role of pediatricians and the importance of early intervention, this study reviews the clinical aspects of stuttering and its appropriate management, including parental guidance and proper referrals. Method: This work is a narrative review. Databases such as PubMed and Scielo, as well as protocols and articles from stuttering associations and publications from the Brazilian Society of Pediatrics, were used. Relevant and recent studies from reputable journals were selected. The study covers the definition, etiology, risk factors, diagnostic criteria, differential diagnoses, pediatric approach, and the state of the art of stuttering, aiming to contribute to more effective and compassionate clinical practice. Development: Childhood stuttering is a developmental speech fluency disorder characterized by disruptions in the normal rhythmic flow and speed of speech, such as repetitions, prolongations, and blocks of sounds and words. It usually begins before the age of 4, being rare after the age of 6, with higher persistence in boys. It is currently understood as a result of a complex interaction between neurobiological, genetic, and environmental factors, with approximately 55% of cases having a family history. The persistence of stuttering is associated with factors such as age, duration of symptoms, and other associated disorders. Differentiating between common childhood disfluencies and stuttering involves evaluating the type and evolution of disfluencies. Early diagnosis and intervention are crucial to improving speech, self-esteem, and quality of life for children who stutter. Referrals to speech-language pathologists are recommended, and parental guidance is fundamental to creating a supportive environment. Therapeutic approaches vary according to age and include strategies to improve communication, acceptance of stuttering, and self-esteem. Although understanding of stuttering has increased in recent decades, challenges remain in educating pediatricians and appropriately referring children for specialized treatment. Conclusion: Stuttering is stigmatized and underexplored in medicine, significantly impacting children, which highlights the importance of early identification and management. The lack of comprehensive studies and scientific consensus are major barriers. Systematic studies and clinical trials are needed to promote better outcomes and reduce social stigma.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Medicina.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/255469
Date: 2024-06-10


Files in this item

Files Size Format View
TCC.pdf 461.8Kb PDF View/Open
ATA.pdf 274.3Kb PDF View/Open
Declaração de Autorização.pdf 84.61Kb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Advanced Search

Browse

My Account

Statistics

Compartilhar