Abstract:
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Introdução: Falência intestinal (FI) é uma condição clínica que se caracteriza por uma redução da capacidade funcional intestinal abaixo do mínimo necessário para a absorção dos macro e micronutrientes, água e eletrólitos necessários para a manutenção do metabolismo, crescimento e do desenvolvimento neuropsicomotor adequados. Sua causa mais comum é a Síndrome do Intestino Curto (SIC) e seu tratamento principal é a administração de nutrição parenteral (NP) por longos períodos.
Objetivos: Descrever os dados clínicos e antropométricos de pacientes pediátricos do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) com diagnóstico de FI entre o período de 01 de janeiro de 2012 até 31 de dezembro de 2022.
Métodos: Este é um estudo retrospectivo descritivo do tipo relato de casos que utilizou dados dos prontuários de 15 pacientes com diagnóstico de FI enquanto internados no HIJG. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
Resultados: Dos quinze pacientes selecionados para o estudo, dez (66,67%) eram do sexo masculino. De uma amostra de onze pacientes, oito (72,27%) eram prematuros. A média de peso ao nascimento foi de 2.370 gramas entre os meninos e 2.758 gramas entre as meninas. A média de idade no momento da internação foi de 287 dias. Com os dados de doze pacientes, a média de idade no momento do diagnóstico de FI foi de 266,66 dias. A doença de base mais comum foi gastrosquise (40%) seguida de atresia intestinal (33,3%), ambas isoladas ou em associação. Apenas uma participante tinha como causa de base uma doença adquirida, no caso um episódio de abdome agudo obstrutivo complicado. Sobre as complicações mais frequentes, onze pacientes (73,33%) tiveram sepse, oito (53,33%) tiveram Doença Hepática Associada à Falência Intestinal e seis (40%) tiveram infecção sanguínea secundária ao cateter venoso central. Quatro pacientes (26,67%) foram transferidos para a cidade de origem para NP domiciliar. Sete pacientes (46,67%) atingiram autonomia enteral. Três pacientes foram a óbito durante a internação e uma paciente faleceu na cidade de origem após transferência, resultando uma taxa de óbitos de 26,67%.
Conclusão: Falência intestinal é uma comorbidade rara e de difícil manejo, que diminui muito a qualidade de vida de seus portadores e deve ser tratada por vários especialistas simultaneamente.
Palavras-chave: falência intestinal; nutrição parenteral; terapia nutricional; pediatria. |