Câncer de mama em mulheres no estado de Santa Catarina: tendência temporal de incidência, mortalidade e fatores clínicos

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Câncer de mama em mulheres no estado de Santa Catarina: tendência temporal de incidência, mortalidade e fatores clínicos

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Título: Câncer de mama em mulheres no estado de Santa Catarina: tendência temporal de incidência, mortalidade e fatores clínicos
Autor: Simezo, Érica Elaine Traebert
Resumo: Introdução: O câncer de mama representa uma preocupação global de saúde pública, sendo o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo. O câncer de mama feminina também é o mais incidente no Brasil e no estado de Santa Catarina. A incidência e impacto socioeconômico dessa neoplasia são significativos, demandando atenção contínua para prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Os poucos estudos sobre câncer de mama no Estado de Santa Catarina, Brasil, foram na sua maioria, embasados nos dados de registro de mortalidade, com dados clínicos muito limitados. Objetivo Geral: Estudar o perfil epidemiológico das mulheres no estado com câncer de mama no período de 01/01/2010 a 31/12/2019, com base nos dados clínicos oriundos dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC). Objetivos específicos: 1) Verificar a qualidade das informações das variáveis cadastradas nos RHC dos hospitais em SC quanto a completude do preenchimento dos dados, 2) Avaliar a incidência e a mortalidade do câncer de mama 3) Analisar a evolução do tempo entre diagnóstico e tratamento e do tempo entre diagnóstico e o óbito por macrorregiões em SC, 4) Analisar a associação entre diferentes variáveis com o tempo de espera entre o diagnóstico e o tratamento, 5) Analisar a associação entre diferentes variáveis com a mortalidade. Métodos: Estudo retrospectivo com base em dados secundários, sobre o perfil epidemiológico do câncer de mama em mulheres, cadastradas nos RHC dos hospitais em SC, de 01/01/2010 a 31/12/2019. Resultados: Muitos dos dados variando de 0,6% até 60,7%. foram preenchidos de forma incompleta, destacando-se :Histórico de etilismo (60,7%), Histórico familiar de câncer (51,5%) e Tabagismo (51,1%), seguidas pelo Estadiamento Clínico-TNM (28,8%). A idade mediana das pacientes foi de 54 anos, sendo a maioria branca (90,6%), com ensino fundamental incompleto (34,3%), casada (47,3%), não fumante (33,8%), não faziam uso de álcool (34,2%) e 30% relataram histórico familiar de câncer. O carcinoma invasivo da mama de tipo não especial foi predominante (85,8%). O percentual de estadiamento clínico - TNM encontrado foi: II (19,4%), I (15,9%), III (12,9%), IV (5,3) e 0 (1,8%), ainda um percentual de ?sem informações? (28,8%) e categoria ?não se aplica? (15,9%), que é utilizada quando não houver previsão de TNM para a localização do tumor primário. 5,2% das mulheres foram a óbito, com a mediana da idade de 58 anos. As pacientes com câncer de mama in situ aguardaram 51% a mais para receber o tratamento em comparação com as pacientes no estádio 1. Os períodos de 2013 a 2016 e de 2017 a 2019 tiveram maior atraso no tratamento da doença. A macrorregião Sul apresentou o menor tempo de espera para receber o primeiro tratamento. As pacientes com estadiamento clínico 3 apresentaram mortalidade 32% maior em comparação com aquelas no estádio1. O atraso no tratamento por mais de três meses e a presença de tumor bilateral foram associados ao aumento de mortalidade em 54% e 84%, respectivamente. As regiões que apresentaram maior risco de mortalidade foram: Serra Catarinense, Nordeste, Grande Florianópolis e Foz do Rio Itajaí. A faixa etária mais avançada (= 81 anos) foi associada a um risco maior de morte. A melhoria na taxa de sobrevida foi associada ao recebimento do primeiro tratamento dentro de seis meses após o diagnóstico da doença. Conclusão: a qualidade do sistema de informação em saúde pública relacionada ao RHC em SC necessita de melhorias urgentes a fim de destacar de maneira mais eficaz as tendências regionais indicativas de atraso no diagnóstico e tratamento precoce do câncer de mama. O percentual de pacientes com câncer de mama em estádios avançados ainda é alto. Alguns fatores de risco para o câncer de mama associados a mortalidade foram evidentes como: idade, mais de um tumor, estadiamento clínico TNM e principalmente a demora para o tratamento após o diagnóstico. As macrorregiões com maior risco para mortalidade foram: Serra Catarinense, Nordeste, Grande Florianópolis e Foz do Rio Itajaí. É imperativo o conhecimento sobre a população, bem como a infraestrutura de saúde de SC, para ações preventivas e efetivas, tanto no diagnostico como no tratamento do câncer de mama.Abstract: Background: Breast cancer represents a global public health concern, being the most common type among women worldwide. Female breast cancer is also the most common in Brazil and in the state of Santa Catarina. The incidence and socioeconomic impact of this neoplasm are significant, demanding continuous attention for prevention, early diagnosis and effective treatment. The few studies on breast cancer in the State of Santa Catarina, Brazil, were mostly based on mortality registry data, with very limited clinical data. General Objective: To study the epidemiological profile of women in the state with breast cancer from 01/01/2010 to 12/31/2019, based on clinical data from the Hospital Cancer Records (HCR). Specific objectives: 1) to verify the quality of information on variables registered in the HCR of hospitals in SC regarding the completeness of data completion, 2) to assess incidence and mortality of breast cancer 3) to analyze the evolution of time between diagnosis and treatment and of the time between diagnosis and death by macro-regions in SC, 4) to analyze the association between different variables and the waiting time between diagnosis and treatment, 5) to analyze the association between different variables and mortality. Methods: Retrospective study based on secondary data, on the epidemiological profile of breast cancer in women, registered in the HRC of hospitals in SC, from 01/01/2010 to 12/31/2019. Results: Many of the data ranging from 0.6% to 60.7% were completed incompletely, highlighting: History of alcohol consumption (60.7%), Family history of cancer (51.5%) and Smoking (51.1%), followed by Clinical Staging-TNM (28, 8%). The median age of the patients was 54 years, the majority were white (90.6%), with incomplete primary education (34.3%), married (47.3%), non-smokers (33, 8%), did not use alcohol (34.2%) and 30% reported a family history of cancer. Non-special type invasive breast carcinoma was predominant (85.8%). The percentage of clinical staging - TNM found was: II (19.4%), I (15.9%), III (12.9%), IV (5.3) and 0 (1.8%), still a percentage of ?no information? (28.8%) and ?not applicable? category (15.9%), which is used when there is no prediction of TNM for the location of the primary tumor. 5.2% of women died, with a median age of 58 years. Patients with in situ breast cancer waited 51% longer to receive treatment compared to patients in stage 1. The periods from 2013 to 2016 and from 2017 to 2019 had a greater delay in treating the disease. The South macro-region had the shortest waiting time to receive the first treatment. Patients with clinical stage 3 had 32% higher mortality compared to those in stage 1. Delay in treatment for more than three months and the presence of bilateral tumor were associated with an increase in mortality of 54% and 84%, respectively. The regions that presented the highest risk of mortality were: Catarinense Moutain Range, Northeast, Greater Florianópolis and Foz do Rio Itajaí. The older age group (= 81 years) was associated with a higher risk of death. Improved survival rate was associated with receiving the first treatment within six months of disease diagnosis. Conclusion: the quality of the public health information system related to HCR in SC requires urgent improvements in order to more effectively highlight regional trends indicative of delays in the diagnosis and early treatment of breast cancer. The percentage of patients with advanced stage breast cancer is still high. Some risk factors for breast cancer associated with mortality were evident, such as: age, more than one tumor, Clinical Staging-TNM and especially the delay in treatment after diagnosis. The macro-regions with the highest risk for mortality were Catarinense Moutain Range, Northeast, Greater Florianópolis and Itajaí River Mouth. The knowledge about the population, as well as the health infrastructure of SC, is imperative for preventive and effective actions, both in the diagnosis and treatment of breast cancer.
Descrição: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/255046
Data: 2024


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