Adaptação de um instrumento para mensurar propensão à evasão em discentes de Educação a Distância

Abstract

A evasão em cursos de graduação da Educação a distância é significativa. Pesquisas que desenvolvam soluções que permitam intervir para gerar melhora nos indicadores de permanência dos discentes de cursos de graduação, são relevantes, contribuem para o avanço científico e para um melhor desempenho da gestão dos cursos de graduação da modalidade de educação a distância. O presente estudo se propõe analisar quais devem ser as adaptações em um instrumento de propensão à evasão estudantil em cursos de graduação presencial para que ele possa resultar em uma escala construída para aferir propensão à evasão estudantil em curso de graduação da educação a distância. Como metodologia o estudo percorreu três momentos: a) teórico: revisão de literatura revendo o trabalho de Schmitt (2018), estudos sobre fatores de evasão na educação a distância e conceitos sobre construção e adaptação de instrumentos psicométricos, adaptação de itens do instrumento de pesquisa, e submissão destes à análise de juízes; b) experimental: aplicação do instrumento como pré-teste em discentes da educação a distância de forma inteiramente online; c) analítico: análise da estatística descritiva, dos parâmetros de discriminação e de dificuldade, da curva característica dos itens; do posicionamento dos itens na escala; da respectiva interpretação pedagógica e da variável de validade externa. Os resultados obtidos foram o instrumento adaptado para a aplicação em discentes da educação a distância; a inclusão de dez novos itens com indicação exclusiva para a educação a distância na escala; a identificação de dezenove itens já existentes na escala que antes eram usados apenas na educação presencial e que agora sabe-se que podem ser usados também na educação a distância; a escala de propensão à evasão estudantil em cursos de graduação adaptada que agora possui aplicação na educação a distância; a interpretação pedagógica da escala adaptada para aplicação na educação a distância. A conclusão é que as adaptações dos itens 13a, 20a, 23a, 24a, 27a, 30 e 31 foram consideradas inadequadas, pois não permitem discriminar os discentes que possuem propensão à evasão dos demais. Os itens 5a, 12a, 12b, 13b, 14a, 15a, 18a, 19a, 21a e 22a apresentaram capacidade de identificar os discentes que possuem o traço latente e foram mantidos no instrumento, incorporados na escala e na interpretação pedagógica. Foi constatado que é possível adaptar um instrumento projetado para mensurar a propensão à evasão em discentes da educação presencial, para que possa mensurar esse traço latente em discentes da educação a distância, contanto que os conceitos constitutivo e operacional permitam o ajuste. Portanto a adaptação de instrumento é uma importante estratégia para o aprimoramento de uma medida. Foram obtidas 125 respostas, o que é considerada uma limitação para uso da Teoria de Resposta ao Item. A solução encontrada foi realizar um procedimento de equalização dos novos itens, que é possível pela Teoria de Resposta ao Item, já que o instrumento de pesquisa adaptado possui itens em comum com o instrumento validade que foi objeto de adaptação.

Abstract: Dropout rates in distance education undergraduate courses are significant. Research that develops solutions that allow intervening to generate improvement in the permanence indicators of undergraduate students are relevant, contribute to scientific advancement and to a better performance in the management of undergraduate courses in the distance education modality. The present study aims to analyze what should be the adaptations in an instrument of propensity to student dropout in face-to-face undergraduate courses so that it can result in a scale built to measure propensity to drop out in undergraduate distance education courses. As a methodology, the study went through three moments: a) theoretical: literature review reviewing the work of Schmitt (2018), studies on dropout factors in distance education and concepts about construction and adaptation of psychometric instruments, adaptation of items of the research instrument, and submission of these to the analysis of judges; b) experimental: application of the instrument as a pre-test in distance education students entirely online; c) analytical: analysis of descriptive statistics, discrimination and difficulty parameters, and the characteristic curve of the items; the positioning of items on the scale; of the respective pedagogical interpretation and of the variable of external validity. The results obtained were: the instrument adapted for application in distance education students; the inclusion of 10 new items with an exclusive indication for distance education in the scale; the identification of 19 items that already existed on the scale that were previously used only in face-to-face education and that it is now known that they can also be used in distance education; the scale of propensity to drop out of students in adapted undergraduate courses that now has application in distance education; the pedagogical interpretation of the scale adapted for application in distance education. The conclusion is that the adaptations of items 13a, 20a, 23a, 24a, 27a, 30 and 31 were considered inadequate, as they do not allow discriminating between students who are prone to dropping out from others. Items 5a, 12a, 12b, 13b, 14a, 15a, 18a, 19a, 21a and 22a were able to identify students who have the latent trait and were kept in the instrument, incorporated into the scale and pedagogical interpretation. It was found that it is possible to adapt an instrument designed to measure the propensity to dropout in students of face-to-face education, so that it can measure this latent trait in students of distance education, as long as the constitutive and operational concepts allow the adjustment. Therefore, instrument adaptation is an important strategy for the improvement of a measure. A total of 125 responses were obtained, which is considered a limitation for the use of Item Response Theory. The solution found was to perform a procedure of equalization of the new items, which is possible by the Item Response Theory, since the adapted research instrument has items in common with the validity instrument that was the object of adaptation.