Da violência colonial à reexistência ancestral: um diálogo entre sentipensadores do Bem Viver

Abstract

Enrique Dussel entende o eurocentrismo como ideologia que universaliza abstratamente o desenvolvimento europeu moderno em relação ao resto do sistema-mundo colonial. Contrapõe uma crítica ética ao processo de produção e reprodução do capital, a partir da perspectiva das populaçõesnativas da América e da África,vítimas da violência colonial. Demonstra, em diálogo com autores latino-americanos,como Bautista e Hinkelammert, que o mito da modernidade oculta e justifica a violência colonial mediante a sustentação de um marco categorial que absolutiza a razão eurocentrada. O contraponto vem sendo elaborado por outros autores orgânicos aos povos originários, que demonstram a insurgência e re-existência das práticas e cosmovisões ancestrais do Bem Viver, que comprovam a consistência e a potencialidade de racionalidades-outras, para além do mito da modernidade/colonialidade.