Abstract:
|
A Promoção da Saúde é apontada como um conjunto de estratégias que buscam ampliar as ações em saúde. Acontecimentos importantes reforçaram essa ampliação, como a publicação da Política Nacional de Promoção da Saúde que, além de ser um marco para a consolidação do Sistema Único de Saúde, é um importante documento que sugere a inclusão das Práticas Corporais e Atividade Física como um dos instrumentos de fortalecimento aos objetivos e diretrizes da Promoção da Saúde. No entanto, as práticas corporais e atividade física muitas vezes foram e ainda são abordadas com base no paradigma biomédico, o que reduz sua capacidade de articulação com os pressupostos da promoção da saúde, uma vez que por meio dessas práticas também é possível ter condutas que fomentam a participação popular e valorizam os aspectos culturais. Desta maneira, fica evidente a importância do estímulo a estratégias que se distanciam do modelo hegemônico ainda presente e considerem a população como parte atuante nos seus próprios processos de saúde. Assim, o objetivo da pesquisa é compreender de que forma a participação em grupos de atividades físicas contribui para a promoção da saúde na percepção de usuários da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de pesquisa qualitativa do tipo ação participante, por meio do Itinerário de Pesquisa de Paulo Freire, conduzido em três etapas interligadas, sendo elas: Investigação Temática, Codificação e Descodificação e Desvelamento Crítico. A pesquisa foi realizada com usuários do SUS, participantes de um grupo de práticas corporais e atividade física da Rede de Atenção Primária à Saúde do município de Florianópolis (SC), em um Centro de Saúde parte do Distrito Sanitário Continente. A coleta e análise dos dados ocorreu em quatro encontros denominados Círculos de Cultura e os registros foram feitos através de um gravador de voz e diários de campo. No decorrer dos Círculos de Cultura, os participantes apontaram que as contribuições da participação no grupo relacionada à promoção da saúde estão em torno de 36 temas que se agruparam em três aspectos principais, sendo eles: o fortalecimento de vínculos sociais, os efeitos positivos relacionados à saúde mental e as melhorias nos aspectos físicos. Assim, destaca-se a importância de fomentar espaços como esses, que contribuam com o desenvolvimento da autonomia, o estímulo ao pensamento crítico e o empoderamento dos sujeitos nos processos de construção das ações em saúde. |