Abstract:
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A neutropenia febril é uma complicação comum em pacientes oncológicos após tratamentos como quimioterapia ou transplante de células hematopoiéticas. Este presente trabalho realizou uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de analisar as intervenções praticadas por profissionais de saúde em pacientes adultos com neoplasias e neutropenia febril, propondo, assim, critérios para o manejo, com ênfase na terapia com antimicrobianos. Os resultados destacaram a complexidade do manejo da neutropenia febril, enfatizando a necessidade de uma abordagem personalizada. A estratégia inicial de classificação, baseada nos escores de risco CISNE e MASCC, pode facilitar decisões precisas em emergências, direcionando pacientes de baixo risco para tratamento ambulatorial e os de alto risco para hospitalização com antibioticoterapia empírica intravenosa. Existe consenso entre as diretrizes publicadas quanto ao uso empírico de antibióticos de amplo espectro, mas há divergências em relação à descontinuação do tratamento. Entretanto, evidências clínicas indicam a eficácia de períodos mais curtos de antibioticoterapia. Pacientes clinicamente estáveis, afebris e assintomáticos destacam-se como candidatos ideais para o descalonamento e/ou descontinuação da terapia, independentemente da contagem absoluta de neutrófilos. Isso permite reduzir a exposição desnecessária a antimicrobianos, minimizando os efeitos adversos, sem comprometer os desfechos clínicos. Ambas as estratégias são consideradas avanços importantes na medicina de precisão, promovendo tratamento eficaz, minimizando resistência antimicrobiana e reduzindo custos hospitalares, mas requerem equipes capacitadas e diretrizes claras para sua implementação segura. Estudos nacionais são essenciais para alinhar as recomendações internacionais à realidade brasileira. Além disso, pesquisas adicionais são necessárias para avaliar o impacto dessas estratégias e identificar as melhores práticas específicas para o contexto do país. |