Abstract:
|
Nas últimas duas décadas, a Região Metropolitana de Florianópolis é palco de uma acirrada disputa sobre os rumos do desenvolvimento urbano e das dinâmicas imobiliárias, que vêm sendo contestados por associações de bairro, ambientalistas e acadêmicos. Não obstante a oposição desses agentes, o direcionamento das políticas públicas, que converge com a opção de empresários por produtos imobiliários e turísticos diferenciados, tem reforçado a segregação socioespacial em todo o território e privilegiado um padrão de ocupação elitista da ilha. A crescente participação política de associações empresariais pode estar relacionada ao sucesso de empresários na imposição de interesses particulares. Este trabalho se propôs a entender qual é a influência desses aparelhos privados de hegemonia empresariais nas decisões de agências e secretarias públicas, bem como nos rumos do turismo e do desenvolvimento urbano. Para tanto, realizamos uma pesquisa histórica sobre o associativismo empresarial em Florianópolis que aliou levantamento bibliográfico a análise de documentos. Mostramos como há uma continuidade entre as reivindicações das primeiras associações voluntárias de empresários do turismo e da incorporação, como a Fundação Pró-turismo de Florianópolis, e as entidades mais recentes, como a Associação FloripAmanhã. Entendemos que essa associação tem sido capaz de dirigir amplos setores da sociedade em prol de um projeto de cidade exclusivista, que articula a opção por um desenvolvimento urbano segregador, e que vem sendo encampado pelo empresariado em conjunto com sucessivas gestões da Prefeitura Municipal de Florianópolis. |