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Nesta pesquisa, analisou-se a condição das mulheres em duas obras literárias contemporâneas: As impacientes (2020), da camaronesa Djaïli Amadou Amal, e Sonhos em tempos de guerra (2010), do queniano Ngũgĩ wa Thiong’o. Dentre o que as duas obras têm em comum, estão a poligamia, modalidade de casamento no qual um homem pode ter várias esposas, e o fato de os autores a terem vivenciado. Amal foi casada à força aos 17 anos, Thiong’o cresceu em uma família polígama, é filho da quarta esposa de seu pai. A pesquisa foi fundamentada nas reflexões desenvolvidas por Eurídice Figueiredo (2020), que estuda as escritas de si, gênero de ficção que utiliza a vivência dos autores e configura-se como uma tendência do romance contemporâneo. Buscou-se compreender a violência imposta às mulheres em nome da tradição, entre elas o silenciamento. Observou-se que os dois autores são contrários ao apagamento cultural em nome da modernidade; ao mesmo tempo em que defendem a tradição e suas culturas, combatem práticas violentas que perpetuam a desigualdade entre gêneros. Ao ficcionar suas vivências, promovem o debate sobre práticas sociais e desvelam a estreita relação entre literatura e sociedade. |
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