Abstract:
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O etanol é uma substância psicoativa com elevado potencial de dependência, possui uma longa história de consumo em diversas culturas. As Américas registraram uma média de 85.032 mortes relacionadas ao consumo de álcool . Em preparações contendo etanol, é possível encontrar metanol como contaminante, ou até mesmo como adulterante adicionado ilegalmente devido ao seu custo inferior. Embora as intoxicações por metanol representem uma parcela reduzida dos casos, elas são caracterizadas por sua significativa gravidade e morbidade. Este estudo teve como objetivo desenvolver um método sensível e específico para quantificar etanol e metanol em amostras de sangue total, utilizando cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa, especialmente em casos suspeitos de intoxicação por álcoois. O método de extração foi automatizado utilizando a técnica de headspace, e as condições de preparo de amostra e cromatográficas foram adequadamente definidas. A validação do método seguiu os parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira e pelas diretrizes da Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox) e do Scientific Working Group for Forensic Toxicology (SWGTOX). O método resultante é rápido, com uma duração total de 8 minutos, incluindo extração e corrida cromatográfica. Apresenta limite inferior de detecção de 3 dg/L e faixa linear até 40 dg/L para ambos analitos. O limite de detecção é de 1,5 e 0,8 dg/L para o metanol e etanol, respectivamente. Os analitos foram estáveis por 3 dias em temperaturas de 4 a 10ºC. Após a validação, o método foi aplicado a um caso suspeito de intoxicação por metanol registrado pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC). Os resultados de quantificação revelaram uma concentração sanguínea de 8,5 dg/L após 24 horas da ingestão e realização de hemodiálise, destacando a importância da disponibilidade de métodos precisos de quantificação de álcoois nos serviços de saúde de emergência. |