Monitorização farmacoterapêutica do uso de inibidores de tirosina quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica: a proposição de um modelo integrativo

Abstract

Descrita há mais de 170 anos, a Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica caracterizada pelo extravasamento dos progenitores mieloides na corrente sanguínea. O tratamento é baseado majoritariamente no uso de Inibidores de Tirosina Quinase (ITQ). No Brasil, as diretrizes para o diagnóstico e tratamento são instituídas pela Portaria Conjunta nº 4, de 1º de março de 2021 do Ministério da Saúde. Nessa Diretriz são estabelecidos parâmetros para a avaliação da efetividade e segurança da terapia com ITQs. Entretanto, a diretriz não traz instrumentos práticos que permitam acompanhar esses parâmetros, tampouco ferramentas de mensuração da adesão aos regimes terapêuticos estipulados. Nesse contexto, sabendo que a resistência aos ITQs está intimamente relacionada com a não adesão e à intolerância às reações adversas da terapia, o objetivo deste trabalho consiste na proposição de um instrumento para a monitorização farmacoterapêutica do uso de ITQs no tratamento de pacientes que vivem com LMC. Para tal, realizou se uma revisão narrativa da literatura em busca de informações para a proposição de um modelo de instrumento. Para estruturar o instrumento foi proposto 3 diferentes fluxogramas: avaliação da adesão, avaliação da efetividade e avaliação da segurança. Utilizou-se para a criação dos fluxogramas a ferramenta de arte criativa Canva®. O instrumento completo foi validado por 10 profissionais com experiência clínica ou laboratorial em onco-hematologia. Após validado, pretende-se disponibilizar para acesso pelos profissionais farmacêuticos de diferentes serviços que realizam dispensação ou acompanhamento do uso de ITQs por pacientes que vivem com LMC. Instrumentos como este têm como objetivo final contribuir para tratamentos mais efetivos e seguros, e com isso, para melhores resultados terapêuticos.