Efeito da estimulação transcraniana por corrente contínua no tratamento da disfagia orofaríngea após acidente vascular cerebral : revisão sistemática

Abstract

Introdução: a etiologia da disfagia orofaríngea é multifatorial, dentre as doenças de base que podem se apresentar como manifestações clínicas da disfagia, destaca-se o acidente vascular cerebral (AVC). A estimulação transcraniana por corrente contínua é uma das modalidades das estimulações cerebrais não invasivas que vem sendo estudada e utilizada na prática clínica nessa população. Objetivo: Sintetizar e comparar os resultados de estudos que relatam o efeito do uso da estimulação transcraniana por corrente contínua no tratamento da disfagia orofaríngea após AVC, associado ou não com outras estratégias de reabilitação. Metodologia: revisão sistemática realizada consultando sete bases de dados bibliográficos e uma base de literatura cinzenta, sem restrição de idioma ou tempo de publicação. Foram incluídos estudos clínicos randomizados com participação de indivíduos adultos (maiores de 18 anos) com diagnóstico de disfagia orofaríngea após AVC, que realizaram avaliação instrumental da deglutição utilizando a videofluoroscopia e/ou videoendoscopia. Esta revisão foi registrada no banco de dados International Prospective Register of Systematic Reviews. Seguiu o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses como diretriz metodológica. Para avaliação do risco de viés de estudos randomizados seguiu a recomendação Cochrane Collaboration RoB 2.0. Todas as etapas foram realizadas por dois avaliadores independentes às cegas. Resultados: um total de 2.298 artigos foram encontrados e 11 foram incluídos. Observou melhora das escalas utilizadas para avaliação da deglutição, porém, ao analisar os resultados, encontrou heterogeneidade entre eles e risco de viés que fragilizou essa evidência científica, o que também impediu a realização da meta análise e avaliação da qualidade de evidências. Conclusão: o modo que os estudos foram conduzidos e os resultados apresentados não são suficientes para embasar a prática clínica, sendo necessário análise com estudos mais homogêneos com protocolos de avaliação e intervenção com mais informações, para assim, obter consenso sobre o uso da ETCC.

Abstract: Introduction: the etiology of oropharyngeal dysphagia is multifactorial, among the underlying diseases that may present as clinical manifestations of dysphagia, with emphasis on stroke. Transcranial direct current stimulation is one of the types of non-invasive air stimulation that has been studied and used in clinical practice in this population. Objective: To synthesize and compare the results of studies that report the effect of using transcranial direct current stimulation in the treatment of oropharyngeal dysphagia after stroke, associated or not with other rehabilitation strategies. Methodology: systematic review carried out by consulting seven bibliographic databases and a gray literature database, with no restriction on language or time of publication. We included randomized clinical studies with the participation of adults (over 18 years old) diagnosed with oropharyngeal dysphagia after stroke, who performed instrumental assessment of swallowing using videofluoroscopy and/or videoendoscopy. This review was registered in the International Prospective Register of Systematic Reviews database. It followed the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis as a methodological guideline. To assess the risk of bias in randomized studies, the Cochrane Collaboration RoB 2.0 recommendation was followed. All steps were performed by two independent evaluators blindly. Results: a total of 2,298 articles were found and 11 were included. I had a better look at the scales used to assess swallowing, however, when analyzing the results, I found heterogeneity between them and a risk of bias that weakened this scientific evidence, which also prevented the performance of the meta-analysis and assessment of the quality of evidence. Conclusion: the way in which the studies were controlled and the results presented are not sufficient to support clinical practice, requiring analysis with more homogeneous studies with evaluation and intervention protocols with more information, in order to obtain consensus on the use of tDCS.