| dc.description.abstract |
A maternidade é constituída social, histórica e culturalmente, sendo até os dias de hoje fortemente disseminada dentro da lógica patriarcal, produzindo efeitos políticos de submissão das mulheres. Dessa forma, a maternidade e o cuidado sempre foram vistas como função social da mulher (Santos, 2023). Entretanto, a maternidade foi historicamente negada para as mulheres com deficiência, assim, a condição de deficiência se apresenta como um fator que faria das mulheres com deficiência “menos mulher”. A partir disso, esse relatório faz parte do projeto guarda-chuva “Capacitismo, Deficiência e Intersecções na Educação: um olhar para as trajetórias educacionais” e partiu de uma dissertação de mestrado intitulada “Eu posso ser mãe, sim: processos de significação acerca da gestação e da maternidade de mulheres com deficiência”, e possui como objetivo caracterizar a experiência da maternidade de mulheres com deficiência, com foco nas trajetórias e nas pedagogias de gênero e sexualidade. Este estudo foi qualitativo, exploratório, embasado nos referenciais teóricos da perspectiva histórico-cultural de Vygotsky, nos Estudos Feministas da Deficiência, e na segunda geração do modelo social da deficiência. Os dados analisados foram obtidos por meio de entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado aplicadas a cinco mães com deficiência que passaram pela experiência da gestação e analisados a partir de temas e subtemas. Os resultados apontaram que as experiências da maternidade são mediadas principalmente pelo capacitismo, em barreiras estruturais, atitudinais e comunicacionais, em sua intersecção com as atribuições sociais de gênero, corroborando com a literatura encontrada. |
pt_BR |
