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O piriproxifeno (PPF) é um praguicida utilizado em larga escala no âmbito mundial, nas lavouras, para combater os insetos, e também em água potável para o combate a mosquitos vetores de doenças humanas. A literatura científica tem relatado toxicidade endócrina e reprodutiva em organismos não-alvo. Portanto, esse trabalho objetivou verificar os impactos da exposição ao PPF no desenvolvimento reprodutivo pós-natal e sistêmico de camundongas. As fêmeas foram divididas aleatoriamente em três grupos experimentais (n=10/grupo), as quais receberam administração de veículo, 0,1 mg/kg/dia de PPF, ou 1 mg/kg/dia de PPF do dia pós-natal (DPN) 23 até o DPN 75. Procedeu-se a avaliação do ganho de massa corporal e o consumo de água e ração a partir do DPN 23, quando também foi iniciada a avaliação da instalação da puberdade. Posteriormente, realizou-se a avaliação da regularidade do ciclo estral do DPN 60 ao DPN 75. A partir do DPN 75, quando constatada a fase de estro, as fêmeas foram eutanasiadas e seus órgãos vitais e reprodutores coletados e pesados. Os ovários foram destinados para a avaliação histopatológica e morfométrica. As fêmeas expostas a menor dose de PPF exibiram um aumento da massa relativa ovariana. Houve uma redução da massa absoluta da tireoide e alteração na histoarquitetura ovariana, com aumento da quantidade de tecido intersticial cortical e medular nas fêmeas expostas a maior dose de PPF, o que sugere maior produção de andrógenos nos ovários. Os resultados indicam que o PPF pode agir como um desregulador endócrino, inclusive, em doses iguais ou menores do que as permitidas para a exposição humana, o que poderia indicar um possível risco a saúde reprodutiva feminina. Destaca-se que ainda são necessários mais estudos sobre os efeitos do PPF em outros órgãos do sistema genital e na fertilidade feminina, assim como é essencial a elucidação das possíveis vias de efeito adverso pelas quais o PPF atuaria na reprodução feminina. |
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