Participação da apelina nas ações hipotalâmicas envolvidas na ingestão alimentar de ratos obesos

Abstract

O hipotálamo desempenha um papel fundamental na manutenção do balanço energético, sendo considerado o centro de integração de sinais aferentes nervosos, humorais, metabólicos e de nutrientes oriundos perifericamente ou do próprio sistema nervoso central (SNC). Neste contexto, recentemente foi identificada uma adipocina, apelina (APL) e seu receptor, originalmente expressa em neurônios hipotalâmicos, com inúmeras funções fisiológicas e associadas a doenças metabólicas, incluindo a obesidade e diabetes tipo 2. Dados da literatura apontam para uma relação entre o estado alimentar e níveis de apelina. Foi observado que em períodos de alimentação, ou em indivíduos obesos, há maiores concentrações sistêmicas e centrais de apelina. Entretanto, os efeitos hipotalâmicos exercidos pela APL na ingestão alimentar são pouco conhecidos ou apresentam resultados antagônicos. Além disso, surgem evidências indicando que um desequilíbrio do sistema apelinérgico central contribui para o surgimento e/ou manutenção da obesidade. Assim, este trabalho tem como objetivo principal estudar o papel hipotalâmico da apelina no controle do metabolismo energético, com foco na ingestão alimentar, visando compreender o papel fisiológico da APL no SNC, principalmente no distúrbio de obesidade. Até o momento, a dieta de Cafeteria administrada mostrou-se um bom modelo para induzir a condição de obesidade, sendo alcançado um aumento significativo nos parâmetros antropométricos dos animais sob dieta de Cafeteria em relação à dieta Padrão. Os achados sugerem efeito apenas das dietas sob a ingestão alimentar de ratos, de forma que os animais sob dieta de Cafeteria apresentaram ingestão alimentar cumulativa de 12h significativamente menor que os animais sob dieta Padrão. Não foram identificadas diferenças significativas na ingestão alimentar em relação ao tratamento com APL-13, tanto no grupo Cafeteria, quanto no grupo Padrão.