Caracterização da fadiga física e mental pós-viral em sobreviventes da COVID-19: dados do estudo "RE2SCUE"

Abstract

Sobreviventes da COVID-19 apresentam diferentes manifestações clínicas após a infecção por (SARS-CoV-2). A fadiga pós-viral está entre as principais sequelas que impossibilita os pacientes de voltarem as suas atividades sócio-ocupacionais com impacto na qualidade de vida e na economia mundial. Objetivo: Caracterizar a fadiga física e a fadiga mental de sobreviventes da COVID-19. Materiais e Métodos: Estudo transversal de caráter descritivo aprovado pelo CEPSHU da UFSC. Os dados analisados foram de sujeitos residentes na região que compreende 15 municípios da AMESC, no período de abril de 2021 a fevereiro de 2022. Foram coletados dados sociodemográficos e antropométricos, sintomas de fadiga e dispneia nas atividades de vida diárias (Pulmonary Functional Status and Dyspnea Quastionnaire) e a percepção de esforço durante o exercício físico (Escala de Borg Modificada), capacidade de exercício (Incremental Shuttle Walk Test ? ISWT), função executiva (d2), força de preensão palmar (Jamar®), força extensora de joelho pela contração isométrica voluntária máxima (CIVM) com (célula de carga Miotec New Miotol), resistência de quadríceps (50% CIVM), lactato capilar (Detect Autotest TD-4261). As análises descritivas foram apresentadas como média ou mediana e desvio padrão ou quartil 25-75, respectivamente, de acordo com a distribuição dos dados. A frequências absoluta e relativa serão reportadas para dados qualitativos. As análises foram realizadas no (SPSS), versão 22.0. Resultados: 77 pacientes foram elegíveis para o estudo, 39 (50,6%) eram homens, a média de idade da amostra foi de (40,2± 0,8) anos. A distribuição foi homogênea entre os sexos para as comorbidades e, a depressão foi a mais prevalente em 13 (34,2%) mulheres e 10 (25,6%) homens. Dos 77 participantes do estudo, 15 sujeitos (19,5%) passaram por internação hospitalar, destes, 13 precisaram de oxigenoterapia (16,9%) e 4 precisaram de UTI (5,2%). Nenhum fazia uso de oxigenoterapia domiciliar. Apesar dos sujeitos estarem na fase subaguda da COVID-19, o desempenho foi reduzido no ISWT na CIVM e no teste de força de preensão palmar com resultados abaixo do esperado para idade. O desempenho no teste de atenção concentrada para ambos os sexos foi melhor após o exercício físico. Conclusão: Sintomas prevalentes foram observados na fase subaguda da COVID-19 como fadiga física e dispneia. Os pacientes apresentam depressão, fraqueza muscular global e baixa capacidade de exercício. Homens e mulheres não apresentaram diferença significativa no desempenho de concentração e, o exercício físico parece melhorar a função executiva.

Abstract: Survivors of COVID-19 have different clinical manifestations after infection with (SARS-CoV-2). Post-viral fatigue is among the main sequelae that make it impossible for patients to return to their socio-occupational activities, with an impact on quality of life and the world economy. Objective: To characterize the physical fatigue and mental fatigue of COVID- 19 survivors. Materials and Methods: Cross-sectional descriptive study approved by CEPSHU at UFSC. The data analyzed were from subjects residing in the region comprising 15 municipalities of AMESC, from April 2021 to February 2022. Sociodemographic andanthropometric data, fatigue symptoms and dyspnea in daily activities were collected (Pulmonary Functional Status and Dyspnea Quastionnaire) and perceived exertion during physical exercise (Modified Borg Scale), exercise capacity (Incremental Shuttle Walk Test - ISWT), executive function (d2), handgrip strength (Jamar®), knee extensor strength by maximum voluntary isometric contraction (MVIC) with (Miotec New Miotol load cell), quadriceps resistance (50% MVIC), capillary lactate (Detect Autotest TD-4261). Descriptive analyzes were presented as mean or median and standard deviation or 25-75 quartile, respectively, according to data distribution. Absolute and relative frequencies will be reported for qualitative data. The analyzes were performed in (SPSS), version 22.0. Results: 77 patients were eligible for the study, 39 (50.6%) were men, the mean age of the sample was (40.2± 0.8) years. The distribution was homogeneous between sexes for comorbidities and depression was the most prevalent in 13 (34.2%) women and 10 (25.6%) men. Of the 77 study participants, 15 subjects (19.5%) were hospitalized, of which 13 needed oxygen therapy (16.9%) and 4 needed ICU (5.2%). None were using home oxygen therapy. Despite the subjects being in the subacute phase of COVID-19, the performance was reduced in the ISWT in the MVIC and in the handgrip strength test with results below the expected for age. Performance on the focused attention test for both sexes was better after physical exercise. Conclusion: Prevalent symptoms were observed in the subacute phase of COVID-19 such as physical fatigue and dyspnea. Patients present with depression, global muscle weakness, and low exercise capacity. Men and women showed no significant difference in concentration performance, and physical exercise seems to improve executive function.