Abstract:
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O processo de urbanização brasileira trouxe uma série de alterações nos sistemas ambientais e na vida humana. Dentre eles, as modificações na qualidade ambiental das cidades são as mais significativas, e não à toa integram o conjunto de fenômenos do clima urbano. Pode-se considerar que este tema tem sido debatido tanto como problema de pesquisa pela comunidade científica, ou no escopo dos processos de planejamento urbano e regional. Por isso, interesse é contribuir com essas questões, sobretudo, considerando a compreensão de indicadores do clima urbano de Florianópolis dada a relevância que a problemática tem oferecido nos anos mais recentes. Neste âmbito, o trabalho destaca como as técnicas de sensoriamento remoto têm sido amplamente utilizadas para estudos dessa natureza, e que suas possibilidades devem contribuir para avanços importantes na interpretação de padrões espaço-temporais do clima urbano, para além das ferramentas clássicas já utilizadas nestes estudos. Assim, a metodologia consistiu na elaboração de produtos oriundos de técnicas de geoprocessamento, com interesse maior no mapeamento da cobertura vegetal a partir de índices de vegetação diferencial normalizada (NDVI) e de estimativas da temperatura da superfície dos alvos (termografia) utilizando imagens do satélite Landsat 8, no período de 2015 a 2020. Os resultados apresentam diferenças importantes na área de estudo, e principalmente as similaridades do espaço em relação aos indicadores analisados. A relação entre a diminuição nos índices de vegetação e o aumento da temperatura da superfície mostra que a qualidade ambiental em Florianópolis vem sendo diminuída ao longo do tempo, sendo o efeito paralelo mais evidente. A importância da preservação e do aumento da cobertura vegetal nas áreas urbanas como estratégia para mitigar os efeitos do aquecimento urbano torna-se então uma possibilidade urgente para garantir a melhoria da qualidade ambiental, e a geração de um clima urbano menos danoso às populações e ecossistemas. |