Abstract:
|
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vivencia desde 2018, no campus
Araranguá, a chegada de estudantes não brancos (negros, compreendidos como pretos e
pardos, indígenas, quilombolas e estudantes da diáspora africana) para integrarem o
curso de Medicina. Dado o fato de tal chegada estar relacionada a históricas lutas por
ações afirmativas e ao REUNI, emergiram questões quanto às formas de acesso à
universidade, às relações raciais em seu interior, à permanência e às expectativas
profissionais desses estudantes. O presente trabalho tem como objetivo compreender,
por meio de análise de narrativas, os elementos que perpassam estudantes racializados
no curso de Medicina em Araranguá sob a perspectiva dos conceitos Racismo
Estrutural, Racismo Sistêmico e Interseccionalidade. Para isso, foi realizada uma
pesquisa qualitativa, servindo-se de grupos focais, formados pela metodologia Bola de
Neve. Ao todo, foram incluídos 17 participantes divididos em dois grupos cujos relatos
destacaram disparidades econômicas, sociais e raciais como fatores influentes na
qualidade de seu desempenho no curso, em suas condições de acesso à universidade e
em suas perspectivas profissionais na área médica. |