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A pandemia da COVID-19 afetou substancialmente o bem-estar socioemocional e físico da
população mundial e tem sido considerada uma grave crise não só epidemiológica, pelo grande
número de infectados e de óbitos, como também social e política. Dessa maneira, desde o ano
de 2020 tornaram-se presentes na rotina diária de bilhões de pessoas no mundo a experiência
da morte, as quais são permeadas por diversos fatores de complicação na elaboração do luto,
gerando consequências físicas, psíquicas, sociais e econômicas. Assim, esta pesquisa tem o
objetivo de analisar como se constituíram as experiências de luto causadas pela morte de
familiares que foram à óbito por COVID-19 no Brasil. O presente estudo possui abordagem
qualitativa, com base teórica na perspectiva hermenêutico-dialético, a partir de narrativas de
familiares cujos entes próximos faleceram em decorrência da COVID-19. Os participantes
foram selecionados por meio da técnica Snowball Sampling, alcançando pessoas de todas as
macrorregiões brasileiras, a fim de abranger uma diversidade de contextos sócio-culturais. Os
dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, que foram gravadas e
posteriormente transcritas, a partir de um instrumento denominado de “Autópsia psicossocial”,
de modo presencial e online através da plataforma Meet®. Assim, a pesquisa demonstou que a
pandemia da COVID-19 gerou impactos negativos sobre a experiência do luto, aumentando
disparidades socioeconômicas e potencializando lutos patológicos, devido à maior exposição à
componentes vulnerabilizantes – propiciados por perdas simbólicas e materiais de nuances
socioculturais brasileiras. |
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