Abstract:
|
Objetiva-se neste trabalho analisar anúncios terapêuticos presentes no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, durante o início da república, mais especificamente em 1890. A partir do estudo dos anúncios, protagoniza-se as plantas medicinais utilizadas pelas medicinas do período, reconhecendo como as mudanças na esfera urbana, a História da Medicina e a História da Farmácia interferem na estrutura e nos dizeres dos anúncios. Parte-se dos pressupostos teóricos de Boumediene acerca do reconhecimento das plantas como materiais-saber, objetos de pesquisa histórica que constituem a sociedade e são constituídos por ela. Destarte, compreende-se como conceitos de saúde e doença são caracterizados, visto que nos periódicos são representações sociais de um entorno carioca influenciado pela crise socioeconômica e pela conjuntura oitocentista de higienização urbana e dos corpos. Dos suportes catalogados foram estudadas e priorizadas as seguintes plantas: quina (Cinchona succirubra e Cinchona calisaya), aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia), mutamba (Guazuma ulmifolia), anacauita (Schinus molle), cabeça-de-negro (Annona crassiflora), taiuia (Cayaponia tayuya), gurjun (Dipterocarpus turbinatus) e norda (Nardostachys jatamansi). Ao final do trabalho, retoma-se o elencado e levanta-se outros debates e questões para a interpretação das propagandas escolhidas, assim como novos possíveis caminhos a trilhar. Conclui-se que investigar a história das plantas medicinais por meio dos anúncios terapêuticos expande horizontes, trazendo novas questões sociais, culturais, políticas e econômicas. |