Abstract:
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Introdução: As malformações pulmonares congênitas correspondem de 5 a 18% de todas as anomalias congênitas e, quando sintomáticas, podem manifestar desconforto respiratório e infecções de repetição. A conduta diante dessas desordens é cirúrgica diante dos casos com sintomas, contudo, quando assintomáticas ainda há controvérsia entre os autores.
Objetivo: Atualizar a série de crianças portadoras de malformações pulmonares congênitas em um centro de referência, associando características específicas de cada quadro.
Métodos: Estudo observacional, descritivo em série de casos com pacientes submetidos à cirurgia por malformações pulmonares congênitas no serviço do Hospital Infantil Joana de Gusmão, no período de 1980 a 2021. As variáveis analisadas foram: sexo, procedência, idade gestacional, tipo de parto, peso ao nascer, tipo de malformação pulmonar, ocorrência de diagnóstico pré-natal, localização da lesão, forma de apresentação, idade à cirurgia, exames de imagem, abordagem cirúrgica, presença de malformação associada, complicações pós-operatórias e ocorrência de óbito.
Resultados: foram analisados prontuários de 59 pacientes, sendo 16 (27,1%) diagnósticos de cisto broncogênico, 14 (23,7%) de enfisema lobar congênito, 23 (39%) com malformação adenomatóide cóstica, 5 (8,5%) com sequestro pulmonar e um caso de atelectasia. A maioria dos pacientes não apresentou diagnóstico pré natal, nasceram a termo, sem diferença entre s tipos de parto e com peso adequado ao nascimento. Os sintomas mais prevalentes foram desconforto respiratório (39%) e pneumonia (40,7%), com a cirurgia ocorrendo na maioria nos lactentes (52,5%), por toracotomia (94,9%). Nessa série foram encontrados 6 óbitos.
Conclusões: A malformação adenomatóide cística foi a principal malformação encontrada. Foi estabelecida uma relação entre enfisema lobar congênito e desconforto respiratório assim como entre cisto broncogênico, localização mediastinal e infecções de repetição. |