Abstract:
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Introdução: A mordedura canina é um
trauma comum, prevenível, e com
potencial de impacto importante. Em
um primeiro esforço para
compreensão da realidade
Catarinense no tema, dados do
Hospital Infantil Joana de Gusmão –
Florianópolis (HIJG) foram utilizados
para determinar características dos
acidentes.
Método: Esta é uma coorte
retrospectiva, na qual o grupo W54 da
CID-10 serviu para filtrar atendimentos
de crianças de 0 a 15 anos avaliadas
no HIJG por mordedura canina entre
2019 e 2021. Variáveis demográficas,
da lesão, evolução e desfechos foram
coletadas e submetidas à contagem de
frequência e teste de qui-quadrado de
Pearson na plataforma SPSS
Statistics®.
Resultados: Foram encontrados mais
acidentes no sexo masculino e na faixa
pré-escolar, com crianças abaixo de 6
anos somando mais de 50% dos
casos. Houve predomínio de lesões
em face, cabeça e pescoço,
correlacionadas com cães do próprio
domicílio e de frequência inversamente
proporcional à idade da vítima. A taxa
de internação hospitalar foi de 3,03%,
na sua maioria associadas a
complicações mecânicas, com
destaque para a necessidade de
reconstrução cirúrgica. Houve um caso
de internação em centro de terapia
intensiva por lesão de traqueia.
Conclusão: A pesquisa encontrou
características da população mais
vulnerável aos acidentes com mordedura
canina na região, bem como fatores
relacionados a lesões tidas como
preditoras de risco em outros estudos.
Ocorreram menos hospitalizações do
que na bibliografia, e uma alta densidade
de casos/ano, que juntas podem indicar
alta frequência de acidentes menos
complexos que o esperado em um
serviço terciário. |